A tendência dos SUVs com pegada esportiva expande ainda mais essa "febre" do mercado por carros do segmento que começou há pelo menos cinco anos atrás.

Para atender a demanda, a Hyundai dispõe de duas configurações do Creta N-Line: a convencional, que é a unidade testada, de R$ 166.990, e a recém-chegada Night Edition (R$ 181.490). Ambas as opções são as mais chamativas pelos adornos mais arrojados.

Enquanto a versão mais cara se destaca pelo motor 2.0, sistema de som Bose, as rodas de 18 polegadas e outros itens, a N-Line tradicional foca no preço mais acessível, mas sem abandonar as assistências eletrônicas da versão Ultimate (R$ 172.790). Assim, é a versão mais cara com a motorização 1.0 TGDI.

Como se sai o SUV com visual escurecido, rodas com desenho exclusivo, interior com novos revestimentos e recalibração de componentes como suspensão e direção? Vale o que custa? Responderemos às questões na avaliação de hoje.

Hyundai Creta N-Line

Preço

R$ 166.990

Carros

4,1 /5

USUÁRIOS

4,7 /5

votar

ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Consumo

4,0

Desempenho

4,0

Design

5,0

Equipamentos

4,0

Espaço Interno

4,0

Manutenção

4,0

Segurança

4,0

Pontos Positivos

• Calibração de volante e suspensão
• Espaço interno
• Design

Pontos Negativos

• Posição de dirigir um pouco elevada para a proposta
• Poderia ter mais materiais macios no interior
• Câmbio poderia reagir mais rápido ao pisar fundo

Veredito

O Creta N-Line pode até ter surgido para um público que gosta mais de se distinguir, segundo afirma a própria Hyundai. Entretanto, os detalhes que mais mudam em relação ao design do modelo padrão caíram muito bem para o modelo, para além de quem discute gosto apenas com a esportividade em mente. Além disso, comparado com o quanto custam as demais versões e relativo ao que elas entregam, acaba, sim, justificando a compra. Principalmente porque muitos dos itens adicionais compõem o pacote de segurança, o que é sempre muito importante como fator de compra. Só não podemos nos deixar a levar pelo visual e pela sua calibração mais direta para pensar que o SUV virou um carro esportivo. Isso ele não é. Ele até desenvolve razoavelmente bem nas acelerações, mas precisaria de mais potência e rapidez do câmbio para instigar como um. Mas tudo bem, pois, até aí, não é nem a proposta da fabricante, de todo o modo.

Design

• Modelo do Creta que mais merece atenção pelo visual de bom gosto, com seu visual disruptivo somado a adereços esportivos.
• Foram adicionados grade frontal tridimensional com acabamento dark chrome e emblema N Line no protetor do para-choque dianteiro, este pintado na cor preta com detalhe cinza brilhante.
• Além disso, há faróis de LED com detalhes escurecidos, luzes de seta em formato triangular, rodas de liga leve diamantadas de 17" com design exclusivo, retrovisores externos na cor preto brilhante Emblema N Line na lateral do veículo, saias laterais com detalhes em cinza brilhante.
• Moldura lateral da coluna traseira é pintada na cor grafite, o protetor do para-choque traseiro é da cor preta com detalhes pintados de cinza brilhante, suas lanternas de LED contam com detalhes escurecidos, além da ponteira de escapamento dupla, dos bancos revestidos de couro na cor preta com costura vermelha.
• Ressalta as maçanetas internas na cor grafite, o acabamento interno do teto na cor preta, e os pedais esportivos com acabamento de metal

Espaço interno e vida a bordo

• O acabamento é de boa qualidade, mas deveria ter materiais macios no painel e parte superior das portas.
• Espaço interno é razoável para quatro adultos, inclusive na parte traseira, enquanto o porta-malas leva 422 litros.
• Além da visibilidade agradável do interior, que leva costuras vermelhas e acabamentos em black piano, há itens que contribuem para o conforto como resfriamento do banco (que infelizmente só está presente para o motorista) e saídas traseiras de ar-condicionado.
• O cluster passa uma sensação de requinte com o design misto entre digital e analógico, mas com a cor azul em destaque.
• Além de seu manuseamento intuitivo, a central multimídia tem bom tamanho e, por utilizar as mesmas tonalidades mais frias, não cansam a vista.

Equipamentos e segurança

• Vem com teto solar panorâmico; painel digital colorido de 7 polegadas (inda há mostradores analógicos para funções como conta-giros e marcador de combustível); central multimídia de 10,25 polegadas; freio de estacionamento eletrônico com auto hold; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; seletor do modo de direção; banco do motorista com ventilação (apenas); borboletas para a troca de marchas no volante; saídas de ar para o banco traseiro e conexão USB; smart key com entrada e partida sem chave (por botão).
• Segurança reforçada: traz farol alto adaptativo, assistente de centralização em faixa de rodagem, monitoramento de ponto cego, detector de fadiga, sistema de frenagem autônomo (capaz de reconhecer carros e pedestres, algo até então oferecido apenas no Ultimate), câmera 360 graus e alerta de presença no banco traseiro.
• Conectividade: vem com Bluelink, serviço conectado da marca que permite rastrear e imobilizar o veículo, mostrar visão 360 graus no aplicativo, acionar funções remotas, entre outras facilidades. É possível ainda acionar outras funções do carro por meio de comandos de voz enquanto você dirige.

Ergonomia e dirigibilidade

• Disposição dos comandos facilita bastante a condução atenta. Botões e a visibilidade das interfaces do carro não obrigam o condutor a perder o foco da rua.
• Tem amortecedores e molas diferentes, mudanças que são acompanhadas pela direção elétrica mais firme. São alterações que vão um pouco além do que é esperado em versões "esportivadas", aquelas que só trazem visual diferenciado.
• Compromisso bem equilibrado entre conforto e desempenho. Bancos, suspensão e direção não são duros demais para comprometer a maciez, ou tão macios a ponto de comprometer a estabilidade e a agilidade em curvas.
• Posição ao dirigir é boa, com distância adequada até os pedais e até o volante.
• Chamado "ponto h" (que é a altura-base do banco) é o mesmo do Creta comum e, mesmo na altura mais baixa, é moderadamente elevada. Sem a possibilidade de abaixar mais o banco, o SUV deixa de ter um elemento bem típico dos esportivos.

Consumo e desempenho

• Vem apenas com o propulsor 1.0 TGDI e câmbio automático de seis marchas, que gera bons 120 cv e 17,5 kgfm de torque a apenas 1.500 rpm, independentemente do combustível utilizado
• Zero a 100 km/h em 11,5 segundos, segundo a Hyundai.
• Consumo: segundo o Inmetro, faz, na cidade, 8,3 / 11,6 km/l (E/G) e, na estrada, 8,7 / 12 km/l (E/G).
• Durante as acelerações, mesmo com o carro em modo Sport, tem vezes que o Creta acaba demorando um pouco mais para entregar a resposta cheia do motor.
• Ainda assim, no modo mais arrojado o câmbio mantém as rotações do motor mais elevadas, o que agiliza a pressurização do turbo (que é o maior responsável pela geração de potência e torque).