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Padre ganha concurso, vira passista e deve defender a Grande Rio na Sapucaí

Além de torcer pela Grande Rio no samba, Bráulio é flamenguista e fã do jogador Emerson Sheik  - Reprodução/Facebook/Bráulio Francisco
Além de torcer pela Grande Rio no samba, Bráulio é flamenguista e fã do jogador Emerson Sheik Imagem: Reprodução/Facebook/Bráulio Francisco

Ana Cora Lima

Do UOL, no Rio

09/02/2017 16h27

Um padre como passista? O Carnaval do Rio tem mesmo a capacidade de surpreender e arrebatar o folião. Depois de disputar cinco vagas com outros 15 rapazes, o padre Bráulio Francisco Tibúrcio é o mais novo passista da Grande Rio, a segunda escola a desfilar no domingo (26).

O religioso de 41 anos venceu concurso realizado na escola de Caxias, durante dois meses, e o resultado saiu no final de dezembro. Bráulio foi aprovado por causa do samba no pé. “Ele tem talento e gosta de sambar de um jeito clássico na ginga e nos movimentos dos braços. Bráulio é um passista dedicado e disciplinado”, conta o presidente da ala da Grande Rio há 17 anos, Avelino Ribeiro.

Bráulio participou do ensaio técnico realizado em 30 de janeiro na Sapucaí, com a presença de Ivete Sangalo -- homenageada da Grande Rio com o enredo “Hoje é Dia de Ivete” -- e também já tirou medidas da fantasia. No entanto, diferentemente do que garante Avelino, a participação do novo passista ainda não é dada como certa pelo próprio padre, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Contagem, cidade que fica a 12 km de Belo Horizonte. O UOL apurou que ele está enfrentando resistência dentro da Arquidiocese de Minas Gerais, que foi contactada pela reportagem, mas ainda não deu sua posição sobre o caso.

Ao UOL, Bráulio não quis adiantar nenhum detalhe sobre sua participação no Carnaval do Rio. “Estou conversando com os meus superiores”, diz, quando atende as ligações. Durante boa parte do dia, os telefones permanecem desligados.

O sacerdote estreou no sambódromo no ano passado, desfilando em uma das alas da Grande Rio. A aproximação com a escola aconteceu há três anos, quando passou a celebrar as missas de São Jorge na quadra da própria agremiação, antes de ser transferido para Minas Gerais.