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Com ritmo e agressividade, Verstappen abre maior vantagem desde julho na F1

Max Verstappen e Lewis Hamilton disputam posição durante o Grande Prêmio dos Estados Unidos - REUTERS
Max Verstappen e Lewis Hamilton disputam posição durante o Grande Prêmio dos Estados Unidos Imagem: REUTERS

Colunista do UOL

24/10/2021 19h25

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Com a vitória do GP dos Estados Unidos, uma pista que vinha sendo reduto Mercedes desde 2014, Max Verstappen abriu 12 pontos na liderança do campeonato, a maior vantagem de um piloto desde o GP da Áustria, no começo de julho, e agora parte para duas provas - México e Brasil - em que a Red Bull deve ter vantagem sobre a Mercedes de Lewis Hamilton.

A vitória foi construída com ritmo e agressividade na estratégia. Largando na pole, Verstappen foi ultrapassado por Hamilton na primeira curva, mas o fato de o holandês ter conseguido seguir o inglês de muito perto mesmo em uma pista com uma sequência de curvas rápidas, como Austin, em que geralmente o carro perde pressão aerodinâmica e superaquece seus pneus se fica muito perto de outro indicava que ele tinha mais ritmo, algo que Max confirmava para sua equipe via rádio.

Observando que os pilotos que anteciparam suas paradas tinham um bom ritmo com o pneu duro, que acabou sendo o melhor composto da corrida devido às altas temperaturas, a Red Bull resolveu arriscar e, mesmo com Verstappen tendo de passar Ricciardo e Leclerc na pista, o chamou para a parada no final da volta 10, mais cedo do que o esperado.

O holandês confirmou, na pista, que realmente tinha um ritmo muito forte e, quando Hamilton parou, quatro voltas depois, ele voltou em segundo.

A briga ainda teria um segundo round, já que o desgaste era alto e todos fariam duas paradas. Foi aí que o fator Sergio Perez contou a favor da Red Bull, uma vez que ele se mantinha a pouco mais de 15 segundos de Hamilton, ou seja, se o inglês antecipasse sua parada, teria que ultrapassar o companheiro de Verstappen na pista.

Para fechar qualquer possibilidade de Hamilton ter a vantagem de parar de novo, a Red Bull foi novamente agressiva e chamou Verstappen aos boxes na volta 30, a 26 voltas do fim. A única opção para a Mercedes era deixar Hamilton na pista para que ele tivesse pneus mais novos no final, e foi o que o time fez, parando-o apenas oito voltas depois.

O inglês tinha 18 voltas para tirar 8s8 de desvantagem, com um pneu oito voltas mais novo. E ele conseguiu chegar a menos de 1s, podendo abrir a asa traseira móvel, só no finalzinho, quando Verstappen pôde se defender também abrindo a asa porque estava atrás de um retardatário. "Não tinha certeza de que iria funcionar, mas as últimas voltas foram divertidas, indo de lado no primeiro setor", disse Verstappen.

"Não acho que poderíamos ter feito nada diferente hoje", disse Hamilton. "Vou conversar com o time depois. A equipe fez um grande trabalho hoje, acho que demos tudo o que tínhamos. Eles eram mais rápidos com ambos os compostos." Vice-líder do campeonato, ele acredita que as altas temperaturas tenham favorecido a Red Bull.

No final, a ousadia da Red Bull foi premiada com uma vitória em uma pista na qual esperava-se que a Mercedes tivesse vantagem, mas foi uma tática que só deu certo porque o ritmo de Verstappen era muito forte. Isso se deu por um conjunto de fatores, a partir das mudanças que os dois times fizeram em seus carros depois da primeira sessão de treinos livres, em que a Mercedes foi muito superior.

Do lado do time de Hamilton, foi necessário endurecer mais os amortecedores devido às fortes ondulações da pista, o que tirou grande parte da velocidade de reta superior dos carros pretos. "O carro estava batendo no solo de maneira muito forte e poderia quebrar na corrida, então tivemos de fazer um comprometimento para chegar no final da corrida. Perde-se um pouco de performance, mas isso era necessário." Do lado da Red Bull, mudanças feitas no acerto melhoraram o equilíbrio do carro, que passou a ser bem mais rápido especialmente nas curvas velozes do primeiro setor. Essa combinação fez com que a Red Bull tivesse uma vantagem, ainda que pequena, em mais um capítulo muito disputado da temporada mais equilibrada pelo menos dos últimos nove anos na Fórmula 1.