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Saúde quer comprar 60 milhões de doses de vacina da CanSino este ano

Fachada do laboratório CanSino Biologics Inc., especialista em vacinas, em Tianjin, na China - REUTERS/Thomas Peter/
Fachada do laboratório CanSino Biologics Inc., especialista em vacinas, em Tianjin, na China Imagem: REUTERS/Thomas Peter/

Ricardo Brito

15/06/2021 19h30

O Ministério da Saúde pretende comprar 60 milhões de doses da vacina contra Covid-19 Convidecia, do laboratório chinês CanSino, para serem entregues ao país entre o terceiro e quarto trimestres deste ano, segundo documento das tratativas visto pela Reuters.

No dia 4 de junho, o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Correia de Medeiros, assinou uma carta de intenção de compra da Convidecia da empresa Belcher Farmacêutica do Brasil, farmacêutica com sede em Maringá (PR) que representa a CanSino.

De acordo com o documento, a vacina — a ser aplicada em dose única — custará 17 dólares por dose. O método de embalagem vai ser informado e o método de pagamento ainda será discutido.

"Esta carta de intenção é um ponto de partida para futuras negociações e não vincula este órgão na compra dessas vacinas, uma vez que a aquisição dependerá das condições a serem apresentadas na negociação", ressalvou a peça assinada por Medeiros.

Procurada para comentar a tratativa, a assessoria do ministério informou apenas que "acompanha o desenvolvimento de diversos imunizantes que podem ser adquiridos de forma imediata para a vacinação da população brasileira contra a Covid-19".

Em depoimento à CPI da Covid do Senado na semana passada, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o país busca adquirir mais doses de outras vacinas contra Covid-19 e citou a eventual aquisição da vacina da CanSino.

"Estamos vigilantes em relação a essa questão das vacinas. Foi pleiteado na Anvisa um outro registro a um outro imunizante de origem no país da China, que é a vacina CanSino. Eles pleiteiam lá o registro emergencial. É uma vacina de dose única e que também interessa ao Programa Nacional de Imunização", disse ele, na ocasião.

Apresentado em 19 de maio, o pedido de uso emergencial desta vacina ainda não foi analisado pela agência. Segundo uma fonte, o prazo para decisão está paralisado a espera de documentos para instruir o processo e realizar a deliberação do pedido.

O governo Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas e da investigação da CPI por supostamente ter demorado a comprar vacinas contra Covid. O país ostenta um dos maiores índices de casos e mortes pela doença no mundo.