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Pedro Manso diz ter demência, mas crê não ser Alzheimer; qual a diferença?

Humorista Pedro Manso diz que foi diagnosticado com demência Imagem: Reprodução/Instagram

De VivaBem, em São Paulo*

26/02/2024 18h45Atualizada em 28/02/2024 07h58

O humorista Pedro Manso, 51, contou nesta segunda-feira (26) sobre um possível diagnóstico de demência. Ele publicou no Instagram um vídeo em que comenta a suspeita.

"Estou passando por um problema muito sério de demência, esquecimento muito sério", conta na publicação.

Ele relata episódios de esquecimento de tarefas e compromissos do dia a dia. "Hoje, dia do humorista, eu tinha uma entrevista marcada para 8h da manhã no Show do Antônio Carlos na Rádio Tupi e, infelizmente, não lembrava de nada, só [lembrei] após acordar e ver as várias mensagens", relatou.

No vídeo, o humorista diz que os sintomas se iniciaram depois de ele ter covid e, embora tenha casos de Alzheimer na família, acredita não ser um quadro da doença. "Eu não sei o que aconteceu, estou tendo demência. Minha mãe teve Alzheimer, creio que não estou com Alzheimer, mas vou procurar um especialista."

Demência e Alzheimer são a mesma coisa?

Ter demência não é sinônimo de ter Alzheimer.

A demência é uma classe de doenças com mais de 150 condições diferentes, incluindo o Alzheimer. Ou seja, a pessoa pode ter uma demência que não seja o Alzheimer.

O que está por trás das demências é uma perda real e irrecuperável de células nervosas —neurônios e massa encefálica, de maneira mais rápida e precoce do que a que acontece no processo de envelhecimento natural, onde há uma perda discreta.

A maior parte dos casos ocorre em idoso, já que o principal fator de risco é a idade, além de falta de controle de doenças como hipertensão e diabetes.

O que é Alzheimer?

O que confunde e faz com que as pessoas achem que toda demência é Alzheimer é a alta incidência da doença. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Alzheimer representa cerca de 60% a 70% dos casos de demências.

Quando o paciente tem Alzheimer, os sintomas que mais chamam atenção são o problema de memória e a dificuldade de adquirir novos conhecimentos. O hipocampo, parte do cérebro responsável por guardar novas informações, é a principal parte do cérebro afetada. No início da doença, o paciente ainda tem memória de anos atrás, mas esquece de eventos recentes.

Com o passar do tempo os sintomas vão se agravando. Também é comum que o paciente apresente dificuldade com linguagem (ele sabe para que um objeto serve, mas não consegue nomeá-lo), ou sofra de desorientação de tempo e espaço (se perdendo em ambientes conhecidos e ficando sem noção do horário que faz atividades).

A evolução tende a trazer ainda a perda da independência, insônia, agitação, resistência à execução de tarefas simples como escovar os dentes, perda da capacidade de controlar estímulos corporais, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva. No estágio terminal, há e perda praticamente completa da memória, além de dependência total de terceiros para qualquer atividade.

Outros tipos de demências

Demência vascular: pode aparecer depois de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que compromete o funcionamento de uma área importante do cérebro, ou então após anos de descuido de doenças como pressão alta e diabetes, que levam a pequenas isquemias que progressivamente afetam o cérebro. Também ocorre perda de memória e é diferenciada do Alzheimer por exames de imagens e por desde o início mostrar reflexos e sensibilidade alterada, o que demora no paciente com Alzheimer, segundo Damin. Ainda há uma maior lentificação e dificuldade de atenção.

Demência Frontotemporal: Como o próprio nome já mostra, a doença afeta os lobos frontais e temporais do cérebro, que têm entre as funções a regulação do humor e comportamento. Assim, o que mais chama a atenção é a mudança de comportamento do paciente. "A pessoa pode adquirir apatia e ficar sem fazer nada, ou pode ficar completamente enérgico e desinibido. A família costuma notar com facilidade", afirma Damin. No início, memória e orientação parecem nem ser afetadas.

Demência na doença de Parkinson: "Se você fizer uma biópsia, a demência de Corpos de Lewy e da doença de Parkinson são difíceis de diferenciar. Em Lewy a proteína tóxica começa a se depositar no córtex, por isso o início é demência. No Parkinson, a substância se deposita nas áreas responsáveis pelo movimento", explica Damin. A demência pode demorar cerca de dois anos para aparecer após o diagnóstico de Parkinson.

Como o diagnóstico difere as demências?

Conseguir cravar o tipo de transtorno não é uma missão fácil e exige paciência. O médico junta o máximo de informações possíveis sobre o paciente, de testes cognitivos a histórico e exames de imagem (como ressonância), e pode pedir ainda avaliações de outros profissionais, como psicólogo, fonoaudiólogo ou fisioterapeuta.

* Com informações de reportagem publicada em 04/02/2019

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