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Aumento de casos de meningite ainda não é surto, mas vacinação está baixa

Colaboração para o VivaBem

05/07/2023 16h59

O estado de São Paulo registrou 155 mortes por meningite até junho deste ano. No mesmo período, foram mais de 2.000 casos, segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo. O número é preocupante e, pior, a imunização contra a meningite está abaixo do esperado. Em 2022, a cobertura ficou em 75%, mas a meta do Estado é de 95%.

O infectologista Marcelo Otsuka, que é vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo e coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz que a alta de casos já era esperada, mas que o quadro ainda é preocupante.

"Nós esperávamos que fosse ter essa alta não só pela baixa cobertura vacinal, mas também porque nós tivemos um período de redução dos casos de meningite durante a pandemia, por conta de usar máscaras. Mas lógico que com a má cobertura vacinal esses casos acabam sendo maiores do que deveriam ser, e isso realmente não é legal", diz.

Apesar disso, o médico diz que ainda não dá para classificar o momento como um surto. "A gente coloca como um momento de estatística e o nosso receio é que isso se torne algo muito mais importante."

O que é meningite?

A meningite é uma inflamação das meninges, que são as três membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. É causada, principalmente, por bactérias ou vírus e, mais raramente, pode ser provocada por fungos ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose.

A princípio, pessoas de qualquer idade podem contrair meningite, mas as crianças menores de 5 anos são mais atingidas, de acordo com o Ministério da Saúde.

Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também ocorre transmissão através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.

Na meningite bacteriana, algumas bactérias se espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta; outras bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos.