Surto de sarna no Aeroporto de Guarulhos: entenda os riscos da infecção

Um grupo de refugiados do Afeganistão que se encontram abrigados no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, foram diagnosticados com escabiose, conhecida popularmente como sarna.

O surto foi identificado na última quinta-feira (22) em cerca de 20 pessoas por médicos da Prefeitura de Guarulhos e confirmado por profissionais de saúde de ONGs que atendem as famílias.

A sarna é uma doença altamente infecciosa causada pelo ácaro parasita Sarcoptes scabiei, que pode ser transmitido pelo contato com um pessoa infectada ou por meio de roupas contaminadas.

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A fêmea do ácaro, depois que o macho morre, penetra na pele humana e cava uma espécie de túnel, onde permanece por cerca de um mês. Lá, deposita os ovos e as larvas se liberam, retornando à superfície.

Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), "a lesão típica da sarna é um pequeno trajeto linear pouco elevado, da cor da pele ou ligeiramente avermelhado e que corresponde aos túneis sob a pele".

Quais os riscos do surto de sarna?

A escabiose tem um grau elevado de transmissibilidade pelo contato íntimo e atinge principalmente quem não mantém bons hábitos de higiene, o que inclui não trocar roupas com frequência.

O compartilhamento dessas peças —assim como de uma cama ou mesmo de um sofá infectado— também pode contribuir para a disseminação.

Geralmente, um exame clínico já identifica se a infecção está presente ou não. O diagnóstico definitivo é feito a partir da raspagem das lesões na pele e investigação com lupa especial.

Quem precisa sair do seu país por questões relacionadas a violações de direitos humanos, conflitos armados ou perseguições geralmente está em condições precárias e ambientes insalubres, que aumentam o risco de transmissão.

Devido ao surto, as organizações Coletivo Frente Afegã, Afghanistan Refugee Rescue Organization e Projeto Abarcar pressionam a administração do aeroporto em busca da liberação dos banheiros para higienização pessoal dos afegãos.

O principal sintoma da infecção de sarna é uma coceira persistente que piora à noite. Outras manifestações incluem:

• Bolinhas vermelhas no corpo;
• Inchaço;
• Crosta nas dobras, como abaixo das mamas, virilhas, dedos dos pés e mãos, e nas axilas;
• Escoriações.

Tratamento contra sarna humana

Em nota, a Secretaria de Saúde de Guarulhos informou que os afegãos identificados com a doença receberam atendimento no aeroporto, com prescrição de medicamentos para o tratamento da doença.

As indicações são:

• Pomadas ou sabonetes com formulações que sejam capazes de eliminar o ácaro e os ovos do ácaro. Os produtos devem ser passados na pele do corpo todo, do pescoço para baixo, mesmo nas áreas onde não há lesões ou coceira;
• Medicamentos orais podem ser recomendados aos pacientes com uma imunidade comprometida --lembrando que remédios para o alívio da coceira devem ser utilizados, porém não são os responsáveis pela cura;
• Medidas de higiene.

Como evitar o contágio?

Em casos de exceção, como dos refugiados, é difícil prevenir a infecção, mas a regra é:

• Evitar o uso de roupas pessoais, roupas de cama ou toalhas emprestadas;
• Evitar aglomerações;
• Evitar ambientes insalubres;
• Garantir condições adequadas de estadia e moradia
• Manter sempre uma boa higienização das mãos e do corpo.

*Com informações de reportagens publicadas em 20/11/2021, 13/12/2021 e do site da SBD.