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Laqueadura e vasectomia: entenda o que são e se métodos são reversíveis

Diretrizes foram aprovados pelo Senado em agosto e tinham 180 dias para entrarem em vigor - iStock
Diretrizes foram aprovados pelo Senado em agosto e tinham 180 dias para entrarem em vigor Imagem: iStock

Do VivaBem*, em São Paulo

06/03/2023 12h36

Passaram a valer na última semana as novas regras para realização de laqueadura e vasectomia no Brasil.

As diretrizes foram aprovadas pelo Senado em agosto passado e tinham prazo de 180 dias para entrarem em vigor.

O que muda e o que não muda?

  • A idade mínima para realizar os procedimentos passam de 25 para 21 anos --o limite de idade não é necessário para pessoas com dois filhos vivos.
  • Não é mais exigido o consentimento do cônjuge para realizar os procedimentos.
  • Segue em vigor o prazo mínimo de 60 dias para manifestar o interesse e a sua realização.
  • Pedidos de laqueadura para o momento da cesariana também devem ser feitos 60 dias antes do parto.

Como solicitar?

Quem quiser fazer laqueadura ou vasectomia pode solicitar pelo SUS. É preciso expressar a vontade na UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima da residência.

Métodos são reversíveis?

ENTENDA A LAQUEADURA

O procedimento costuma ser de baixa complexidade e dura entre 40 minutos e uma hora. Em um dos tipos, as tubas uterinas, conhecidas anteriormente como trompas, recebem cortes no meio e têm as extremidades suturadas (amarradas) ou cauterizadas, impedindo que os óvulos entrem em contato com os espermatozoides.

Já em outro modelo, pode ser colocado um tipo de "anel" ou grampos, que comprimem as trompas obstruindo a passagem dos óvulos liberados do ovário para o útero.

  • Embora as chances de a mulher voltar a engravidar sejam menores (cerca de 5%), é possível reverter o procedimento.

Por que é difícil? Além de as trompas serem delicadas e pequenas, quanto mais tarde, menores são as chances de ela engravidar de forma natural. Nesses casos, é recomendada a fertilização in vitro, explicaram especialistas ao VivaBem.

Quando a laqueadura ocorre, a estrutura celular é comprimida e o tecido necrosa, gerando uma lesão celular. Para a técnica de reversão ocorrer, é necessário que o médico verifique se as estruturas celulares estão saudáveis para fazer canalização, que consiste em ligar novamente as extremidades das trompas.

ENTENDA A VASECTOMIA

O procedimento cirúrgico que consiste no corte de 1 cm a 2 cm e na ligadura ou remoção de um segmento dos ductos deferentes. Esses canais conduzem os espermatozoides fabricados nos testículos e nos epidídimos para formarem o sêmen (ou esperma) junto com o fluido prostático e das vesículas seminais.

A cirurgia não altera nenhuma das características da função sexual. Tanto a ereção como o orgasmo e o volume ejaculado permanecem praticamente inalterados —às vezes, ocorre uma redução de 5% a 10% no sêmen liberado ao gozar, que não é fácil de ser notado a olha nu.

A diferença é que após a vasectomia o líquido seminal não possui mais espermatozoides e, com isso, o paciente fica impossibilitado de engravidar a parceira. Os espermatozoides continuam sendo fabricados normalmente pelos testículos, ficam retidos nos ductos deferentes e epidídimo, sendo absorvidos pelo organismo após cerca de 90 dias.

  • A reversão é feita por meio de uma nova cirurgia, mais trabalhosa e demorada, e realizada com uso de microscópio cirúrgico e fios de sutura cinco vezes mais finos que um fio de cabelo, sempre sob anestesia geral.
  • E o sucesso depende de uma técnica microcirúrgica cuidadosa, da experiência do cirurgião e também do tempo decorrido entre a vasectomia e o novo procedimento --quanto maior o intervalo, menor a probabilidade do homem voltar a ser fértil.

*Com informações do Ministério da Saúde e de reportagens publicadas em 16/08/19 e 27/03/20.