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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Estresse piora crises de labirintite, como disse Alok? Entenda a relação

DJ Alok sofre com crises de labirintite - Reprodução/Instagram
DJ Alok sofre com crises de labirintite Imagem: Reprodução/Instagram

Do VivaBem*, em São Paulo

10/10/2022 13h08

O DJ Alok contou que tem sofrido com crises de labirintite causadas pelo excesso de trabalho. Segundo ele, o estresse, consequência da intensa rotina, colaborou para a condição.

"Isso me gerou uma carga de estresse muito grande e emocional também. Inclusive, uma luta que estou tendo é com a minha labirintite. Estou percebendo que preciso dar uma equilibrada e mudar meu estilo de vida", disse em entrevista ao R7.

A região interna do seu ouvido, também chamada de labirinto, contém duas estruturas. Uma delas é responsável pela audição, enquanto a outra tem como função sentir a posição e os movimentos da cabeça. Quando há algum problema nesse sensor de movimentos, ocorre a sensação de que a cabeça está rodando ou se movendo: trata-se da vertigem, também conhecida como tontura - e diversas doenças podem gerar os tais "sintomas da labirintite".

Na maioria das vezes, as pessoas se referem a esses incômodos como labirintite. Contudo, esta enfermidade é apenas uma das doenças do labirinto (labirintopatias) que podem se manifestar por meio de vertigem.

Para boa parte dessas pessoas, o diagnóstico precoce e o devido tratamento podem levar ao desaparecimento do problema. Para os demais, os especialistas garantem que é possível controlar sintomas, prevenir crises, solucionar ou controlar as doenças associadas. Mas o melhor desse quadro é saber que as doenças do labirinto podem, muitas vezes, ser prevenidas. O segredo é adotar hábitos de vida saudáveis.

Como o estresse influencia em crises de tontura?

O estresse pode levar a tonturas, pois é uma alteração do estado normal do organismo, com mudanças na liberação de hormônios, das funções cardiovasculares e digestivas, do sistema nervoso e psicológicas. Tudo isso é capaz de afetar secundariamente o labirinto.

"Quando estamos estressados, aumentamos a frequência da respiração e isso eleva o oxigênio no sangue, podendo causar estreitamento nos vasos que vão ao labirinto ou ao sistema nervoso central. Isto provoca uma sensação de tontura", descreve Mario Edvin Greters, coordenador de otoneurologia da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial).

Em casos de estresse crônico, quando a pessoa permanece ansiosa por um longo período, há aumento de hormônios que também causam estreitamento dos vasos e tontura —é o caso da noradrenalina, por exemplo.

Por isso o estresse pode ser gatilho para uma crise de labirintite e, consequentemente, a manutenção dos sintomas.

Como é o tratamento da labirintite?

A depender da causa da doença do labirinto, o objetivo terapêutico pode ser a cura, o alívio dos sintomas, a prevenção de crises, além da solução ou controle de doença associada.

Em geral, o plano terapêutico se baseia nas seguintes estratégias:

  • Mudanças de hábitos e estilo de vida (como dieta, prática de atividade física e controle do estresse);
  • Manobras de reposicionamento (como a de reposição dos otólitos), exercícios de reabilitação vestibular (com fonoaudiólogos ou fisioterapeutas)
  • Uso de medicamentos específicos
  • Procedimentos (injeção intratimpânica)
  • Cirurgia (casos mais complicados, como uma falha óssea)

A boa notícia é que, de modo geral, o prognóstico é bom. Isto é, há melhora significativa dos sintomas e da qualidade de vida.

Os especialistas advertem que os medicamentos utilizados para alívio da vertigem são seguros e efetivos. Contudo, caso sejam usados sem orientação médica, eles podem levar à sensibilização. Isso significa que o remédio passa a ter o efeito contrário, ou seja, em vez de aliviar o sintoma, ele o agrava. Assim, evite usar medicamentos de terceiros, ou comprá-los por conta própria, e busque uma avaliação médica.

*Com informações de reportagens publicadas em 20/09/13 e 15/04/21