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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Mulher morre por meningite em SP; doença tem cura? Como se prevenir?

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Do VivaBem, em São Paulo*

28/09/2022 10h14

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo confirmou nesta terça-feira (27) a morte de uma mulher, de 42 anos, por meningite. A vítima era moradora da região que abrange a Vila Formosa e o Aricanduva, dois bairros da zona leste da capital, onde há um surto da doença.

Ela foi diagnosticada com meningite meningocócica do tipo C, o mesmo tipo de outros quatro casos registrados no período de 16 de julho a 15 de setembro na região —em um bebê de 2 meses e em adultos de 20, 21 e 61 anos. A meningite causada por bactérias, como a meningite meningocócica, é um problema grave, bastante contagioso e que pode provocar sequelas ou até morte.

Embora possa ocorrer em qualquer idade, crianças e idosos têm maior risco de contágio, assim como grávidas e pessoas que não se vacinaram ou estão com o sistema imunológico comprometido.

Segundo a prefeitura, foram desencadeadas ações de prevenção e controle pela Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) imediatamente após as notificações dos casos, incluindo o fornecimento de medicamentos preventivos para pessoas consideradas mais próximas, como parentes ou habitantes da mesma casa de pessoas acometidos pela doença.

Também já foram vacinadas 7.400 pessoas entre 3 meses e 64 anos de idade na região nos últimos 15 dias, informou o órgão municipal.

O que causa a meningite e como ela é transmitida

As meninges são membranas de tecido conjuntivo que envolvem o cérebro e a medula espinhal, com o objetivo de proteção. Quando uma bactéria ou vírus, por alguma razão, consegue vencer as defesas e chegar às meninges, elas se inflamam e causam as meningites.

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Crianças são grupo de risco para meningite
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As meningites bacterianas e virais são as mais importantes em termos de saúde pública, por sua capacidade de causar surtos. A meningite meningocócica (causada pela bactéria Neisseria meningitidis) é a mais grave, mas outros organismos também podem estar envolvidos. Vírus, fungos e alguns protozoários também podem causar a doença.

Além da Neisseria meningitidis (meningococo), as principais causadoras de meningites bacterianas são o Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e o Haemophilus influenzae. Existem tipos (sorogrupos) diferentes de meningococo, sendo que os principais responsáveis pela doença são: A, B, C, W e Y.

Em geral, a transmissão da meningite bacteriana é de pessoa para pessoa, por meio de gotículas e secreções liberadas pelo nariz e garganta. Dor de cabeça, rigidez do pescoço, mal-estar, náusea, vômito, sensibilidade à luz, confusão mental e manchas vermelhas na pele (em alguns casos) são sintomas da doença.

No caso dos bebês, pode haver irritação e vômitos, além de alimentar-se mal ou parecer letárgico ou não responder a estímulos. Também pode apresentar a moleira afundada.

O diagnóstico se dá com a avaliação do paciente e a análise do líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor, um fluido corporal estéril, límpido e incolor, que ocupa o espaço entre as meninges (espaço subaracnoide).

Tem cura?

A maioria dos casos evolui para a cura, mas é fundamental que os cuidados sejam iniciados o quanto antes, principalmente no caso da meningite bacteriana —que está por trás do atual surto na capital paulista. O risco de morte por meningite meningocócica é alto: de 10% a 20%, segundo a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), podendo chegar a 70% se houver infecção generalizada (meningococemia).

No caso das meningites bacterianas, como a do tipo C, o tratamento é feito com antibióticos aplicados na veia. Nesse caso, é necessária a internação hospitalar. Quanto mais rápido o tratamento começar, menor a possibilidade do quadro evoluir mal.

Em muitos casos, a meningite pode causar convulsões. Na bacteriana, se o quadro não for tratado a tempo, há risco de lesões cerebrais, morte ou sequelas.

Prevenção

Atualmente, existem vacinas disponíveis contra o meningococo e o pneumococo, agentes comuns em meningites bacterianas, que são as mais graves.

As vacinas contra meningite disponíveis no calendário de vacinação do Ministério da Saúde são:

  • Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: Protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C;
  • Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): Protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite;
  • Pentavalente: Protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B;
  • BCG: Protege contra as formas graves da tuberculose.
A vacinação é a forma mais eficaz de evitar a infecção e complicações associadas à doença. Outras dicas gerais de prevenção incluem:
  • Lavar as mãos com frequência, especialmente após trocar fraldas, usar o banheiro, antes de comer e ao assoar o nariz;
  • Cobrir a boca ao espirrar ou tossir;
  • Manter os ambientes sempre ventilados;
  • Ter uma dieta equilibrada e fazer exercícios;
  • Seguir as orientações médicas para manter doenças crônicas sob controle.

*Com informações de reportagem publicada em 05/03/2019.