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Características em estrutura do cérebro podem explicar diferenças na visão

Estudo avaliou atuação do córtex visual primário, que fica no cérebro, na visão - iStock
Estudo avaliou atuação do córtex visual primário, que fica no cérebro, na visão Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

13/06/2022 18h18

Estruturas cerebrais podem determinar a qualidade da visão de uma pessoa, de acordo com estudo conduzido por pesquisadores da NYU (Universidade de Nova York), nos EUA, e publicado na Nature Communications nesta segunda-feira (13).

De acordo com a equipe, a capacidade de focar em determinados elementos visuais e "ignorar" o entorno tem relação com as características do córtex visual primário, localizado nas regiões laterais e posteriores do cérebro. Também chamado de V1, ele atua como o primeiro nível de processamentos das imagens.

A estrutura funciona como um mapa, que quando ampliado pode distorcer algumas regiões, definiram os pesquisadores. As características cerebrais são diferentes em cada pessoa, como impressões digitais, mas os cientistas não sabem ao certo no que isso pode implicar. O estudo apresentado é uma alternativa para entender parte deste funcionamento pessoal.

"Descobrimos que podemos prever o quão bem alguém pode ver com base na estrutura única de seu córtex visual primário", afirmou em nota o principal autor Marc Himmelberg. "Ao mostrar que a variação individual na estrutura do cérebro humano está ligada à variação no funcionamento visual, podemos entender melhor o que está por trás das diferenças em como as pessoas percebem e interagem com seu ambiente", explicou.

Como foi feito o estudo?

O estudo avaliou 29 participantes, submetidos a exercícios para analisar o funcionamento e qualidade visual via ressonância magnética. Foram investigados o tamanho do V1 e o volume de tecido cerebral da região dedicado ao processamento das informações, considerando campos de visão distintos: à esquerda, direita, acima e abaixo da fixação.

Pessoas com córtex visual primário maior apresentaram melhor sensibilidade geral do que aquelas com um V1 pequeno. Aquelas com maior quantidade de tecido também registraram maior sensibilidade. E quem tinha mais tecido ainda registrou maior capacidade de enxergar um local específico, do que focar em um distante ao ponto de fixação inicial.

"Quanto mais área de superfície de V1 for dedicada à codificação de um local específico, melhor será a visão naquele local", explicou em comunicado Marisa Carrasco, uma das autoras do estudo e professora da NYU. "Nossas descobertas mostram que as diferenças na percepção visual estão ligadas a diferenças na estrutura do córtex visual primário no cérebro", concluiu.