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Ômicron XQ: o que se sabe da subvariante identificada em SP

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Imagem: iStock

Sarah Alves

Do VivaBem, em São Paulo

05/05/2022 15h34

O Brasil registrou os dois primeiros casos da subvariante ômicron XQ, da covid-19. A Secretaria de Saúde de São Paulo confirmou as infecções no estado nesta quinta-feira (5), após sequenciamento genético do Instituto Butantan. A identidade e o estado de saúde das pessoas não foram informados.

Segundo o infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, ainda não existem dados substanciais para avaliar os impactos da subvariante no mundo. O Pango, sistema de registro de novas linhagens, identificou pelo menos 59 casos da ômicron XQ na Inglaterra (98% dos casos) e no País de Gales (2%).

Veja abaixo informações sobre a subvariante:

O que é a subvariante XQ?

A ômicron XQ é uma subvariante recombinante, produto das cepas BA.1.1 e BA.2.

Em subvariantes recombinantes, há mistura entre partes de diferentes vírus. Nestes casos, não é possível prever se todas as misturas terão sempre a mesma combinação. Esse processo difere do que acontece em cepas mutantes, como as variantes tradicionais (alfa, gama, beta, ômicron, por exemplo), em que o vírus mantém sua configuração.

"O vírus precisa ter uma célula para se multiplicar, ele não tem material para fazer isso sozinho. Então, entra na célula e usa componentes que não têm. Ao entrar, ele se desfaz e multiplica, reorganiza e saem 'filhotes' daquelas células", explica Celso Granato. "Ao se reorganizar, pode pegar pedaço de um ou outro e se misturam." Esse processo, explica o infectologista, é bastante comum no vírus da gripe.

A pessoa é infectada por dois vírus?

Não necessariamente. Variantes recombinantes ocorrem porque, em algum momento, as cepas já se encontraram e interagiram.

Circulação no Brasil preocupa?

A escassez de dados não permite indicar como vai ser o avanço da ômicron XQ. Para o infectologista Igor Maia Marinho, do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), no entanto, dados internacionais iniciais não apontam para piores quadros clínicos desses pacientes.

O especialista ainda reforça que o Brasil vive um bom momento epidemiológico e é importante conseguir mantê-lo.

"Por enquanto, não temos informações de ser uma subvariante pior do que as outras. De todo modo, as precauções continuam as mesmas. Manter distanciamento, afastamento do trabalho quando sintomático e higienizar as mãos. Vivemos momento de melhor controle no país inteiro e é importante que consigamos manter", alerta Marinho.