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Jennifer Aniston relembra momentos de sonambulismo; existe tratamento?

Jennifer Aniston viveu um período prolongado com privação de sono - Getty Images
Jennifer Aniston viveu um período prolongado com privação de sono Imagem: Getty Images

De VivaBem*, em São Paulo

17/04/2022 13h06

Em entrevista à revista People, Jennifer Aniston, 53, contou sobre os problemas relacionados ao sono que enfrentou por anos, como o sonambulismo. A atriz revelou que tinha o costume de acionar alarmes de incêndio da própria casa.

"Eu fui acordada pelos alarmes da casa que eu acionei", disse. De acordo com ela, isso ocorreu na época em que tinha privação de sono, situação que pode causar diversos prejuízos à saúde. Foi exatamente por isso que Jennifer decidiu procurar ajuda médica.

"Acho que começou em algum lugar nos meus 30 anos ou até mais cedo, mas você simplesmente não começa a notar os efeitos da falta de sono quando somos mais jovens, porque somos tão invencíveis", falou.

O que é sonambulismo? As pessoas podem ser acordadas?

É um distúrbio classificado como parassonia, ou seja, ele faz parte de um grupo de problemas do sono que provocam comportamentos não desejados ou desagradáveis ao dormir, durante o sono ou ao despertar. É quando uma pessoa faz várias coisas enquanto está dormindo e depois não se lembra de nada.

Embora o sonambulismo esteja mais presente na infância, pode acontecer em qualquer fase da vida. Os sonâmbulos se locomovem, trocam de roupa, abrem portas e janelas, vão ao banheiro e até falam sem se dar conta do que estão fazendo, pois parte de suas funções cerebrais está adormecida durante as "crises". Por isso, quando acordam geralmente não se recordam do que aconteceu. Ou se lembram muito pouco.

Por não ter consciência de seus atos, a casa onde vive o sonâmbulo deve ter proteção nas portas, janelas e escadas. Outra parassonia semelhante é a ligada aos distúrbios alimentares. Sem perceber que está acordada, a pessoa se levanta da cama, vai até a cozinha, abre a geladeira e pega comida. Algumas até picam os alimentos e ligam o fogão, por mais perigoso que isso seja. Tudo de forma involuntária.

Ao contrário do que alguns pensam, os sonâmbulos podem ser acordados. O único problema é que despertarão confusos e assustados. Mas em alguns casos, essa medida pode evitar que eles se machuquem. Quando há necessidade, o distúrbio é tratado com medicamentos ou hipnose.

Há tratamento?

Para os especialistas da Universidade de Navarra, por exemplo, o tratamento se baseia principalmente em medidas preventivas. É aconselhável instalar dispositivos de segurança no quarto, dormir em uma cama no nível do chão, de preferência no andar térreo, fechar as janelas e cobrir objetos de vidro.

Sem cura, alguns remédios psiquiátricos, como diazepam ou alprazolam, ansiolíticos com efeito calmante, demonstraram ser eficazes quando tomados sob prescrição médica.

Técnicas de relaxamento e psicoterapia também ajudar neste caso. Se o sonambulismo estiver associado a outras doenças —como apneia do sono, refluxo gastroesofágico e febre—, o tratamento responde bem quando essas enfermidades de base são controladas.

Quais as causas do sonambulismo?

Ainda não se sabe as causas exatas do sonambulismo. O que se sabe é que ele se manifesta mais no sexo masculino e que alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver o transtorno. Entre eles, vale destacar o componente genético, já que vários casos ocorrem em membros da mesma família.

Nas crianças, por exemplo, o sonambulismo pode ocorrer pelo processo de amadurecimento do cérebro. Depois, tende a desaparecer após o crescimento. Já nos adultos, os episódios são desencadeados, na maior parte das vezes, por níveis altos de estresse físico e mental.

Além disso, é importante destacar que o sonambulismo pode surgir por alguns fatores predisponentes, como privação do sono (noites mal dormidas), citada por Jennifer, distúrbios psiquiátricos (depressão e ansiedade), respiratórios (apneia do sono, asma), febre, consumo de álcool e outras drogas, alguns medicamentos, bexiga cheia, ruídos, temperatura desagradável, entre outros.

* Com informações do site de Drauzio Varella e de reportagens publicadas nos dias 27/05/2019 e 05/03/2020.