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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Sylvinho descobre arritmia cardíaca; tratamento pode incluir marca-passo

Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

De VivaBem, em São Paulo*

11/12/2021 14h32

O técnico Sylvinho, do Corinthians, teve uma arritmia cardíaca detectada ao realizar exames cardiológicos com o elenco do time alvinegro. As alterações foram observadas há cerca de 10 dias. O treinador está realizando exames complementares para investigar a arritmia. Ele ainda foi orientado a interromper exercícios físicos de alta intensidade.

A frequência cardíaca pode variar em determinadas circunstâncias, é normal. Em repouso, em adultos, considera-se normal de 50 a 100 batimentos por minuto. Tais frequências podem ser alteradas durante a prática de esportes ou em resposta a situações de estresse negativo ou positivo.

Consideram-se anormais (ou anômalos) batimentos cardíacos cujas frequências são muito rápidas ou muito lentas. Em todos os casos, há uma perda do ritmo cadenciado do coração, e é exatamente essa irregularidade que caracteriza a arritmia.

As arritmias têm causa multifatorial, mas, de modo geral, decorrem de doenças cardíacas. A manifestação mais comum das arritmias é a percepção de batimentos cardíacos anormais. Além disso, você pode sentir tontura, ter dificuldade para respirar e até desmaiar. Toda vez que observar em si uma palpitação que persiste, ela deve ser investigada, especialmente se, em sua família, há histórico de morte súbita.

"Costumamos dizer que, ao perceber qualquer desconforto desde a região do umbigo até o queixo, é preciso procurar um médico. Isso porque esses sintomas podem ser o prenúncio de um ataque cardíaco", afirma Francisco Maia, professor de cardiologia da Escola de Medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e chefe do Serviço de Cardiologia da Santa Casa de Curitiba.

"Apesar disso, o sinal de alerta continua sendo a dor no peito, sintoma fundamental e clássico de isquemia de doença coronariana", acrescenta Maia.

Tratamento

Ricardo Alkmim Teixeira, presidente da Sobrac (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas) e professor da Faculdade de Medicina da Univás, diz que "o objetivo central do tratamento é reduzir ou eliminar riscos de sintomas, complicações e sequelas, além de morte. E para eliminar esses riscos é preciso identificar a causa da arritmia". De acordo com Teixeira o tratamento pode incluir:

  • Mudanças no estilo de vida
  • Medicamentos para controle ou prevenção da arritmia (antiarrítmicos)
  • Medicamentos para tratar ou controlar doenças associadas (hipertensão, insuficiência cardíaca, por exemplo)

Procedimentos cirúrgicos

  • Ablação (pode curar diversos tipos de arritmia. Por meio de um tubo fino (cateter) com radiofrequência, ele alcança o coração para cauterizar os focos da arritmia)
  • Marca-passo (implantado, ele controla os batimentos lentos)
  • CDI (o cardioversor-desfibrilador implantável é um aparelho que pode funcionar como um marca-passo, controlando os batimentos, mas que também pode reverter as arritmias malignas por meio de um "choque", evitando a parada cardíaca).
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Raio-X mostra marca-passo implantado no coração
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Quando não diagnosticadas e não tratadas, as arritmias podem levar a alterações estruturais no coração (modificando seu tamanho e força), parada cardíaca e até morte súbita. A médica lembra que, todos os anos, 300 mil pessoas são vítimas da morte súbita, cuja causa são problemas do coração. Na maioria dos quadros, a origem era algum tipo de arritmia cardíaca.

Dá para prevenir as arritmias?

Nem sempre é possível preveni-las, mas adotar um estilo de vida saudável pode reduzir o risco do seu aparecimento. Se você já está em tratamento, siga as instruções de seu médico e jamais descontinue a terapia sem antes falar com ele.

Outra sugestão é evitar situações que podem desencadear o problema, como o abuso do álcool e do tabaco, além de energéticos. Além disso, habitue-se a fazer visitas regulares ao cardiologista para uma avaliação.

*Com informações de reportagem de 26/1/2021