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Pandemia: manter mães e bebês juntos pode salvar mais de 125 mil vidas

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Imagem: iStock

Da Onu News

16/03/2021 15h17

A pandemia de covid-19 está afetando seriamente a qualidade do atendimento prestado a recém-nascidos, resultando em sofrimento e mortes desnecessárias.

A conclusão faz parte de uma nova pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde), e parceiros que destaca a importância crítica de garantir que os recém-nascidos tenham contato próximo com os pais após o nascimento.

Perigos

Isto é especialmente importante para bebês com baixo peso ou prematuros.

Em muitos países, se houver suspeita ou confirmação de infecções por covid-19, os recém-nascidos são separados das mães, aumentando assim o risco de morte e complicações de saúde ao longo da vida.

Isso ocorre, sobretudo, nos países mais pobres com o maior número de nascimentos prematuros e mortes infantis. De acordo com o relatório, as interrupções nos cuidados irão piorar esses riscos.

Segundo a OMS, até 125 mil vidas poderiam ser salvas com a cobertura total destes cuidados, conhecidos como método canguru, que incluem contato pele a pele precoce e prolongado com um dos pais e amamentação exclusiva.

Entre os bebês prematuros ou abaixo do peso ideal, esse método reduz as mortes infantis em até 40%, a hipotermia em mais de 70% e as infecções graves em 65%.

Importância

Em comunicado, o diretor de Saúde Materna, do Recém-nascido, Criança, Adolescente e Envelhecimento da OMS, Anshu Banerjee, disse que "décadas de progresso na redução da mortalidade infantil serão prejudicadas, a menos que se atue agora para proteger e melhorar os serviços de atendimento de qualidade e expandir a cobertura de intervenções que salvam vidas".

A OMS recomenda que as mães continuem dividindo o quarto com seus bebês e sejam capazes de amamentar e praticar o contato pele a pele, mesmo quando houver suspeita ou confirmação de infecções por covid-19. Também devem receber apoio para prevenção de infecções.

Interrupções

Uma revisão da situação em 17 países durante a pandemia concluiu que um terço recomendou a separação de mães e recém-nascidos se a mãe tiver ou puder ter tido a covid-19.

Outra pesquisa global, publicada no British Medical Journal, informa que dois terços dos profissionais de saúde em 62 países não permitem que mães com suspeita ou com covid tenham contato pele a pele. Além disso, quase um quarto não permitia a amamentação, mesmo por cuidadores não infectados.

Vários estudos mostram que quase não existem casos de sintoma ou doença leve de covid-19 em recém-nascidos infectados. O risco de recém-nascidos contraírem o vírus resultaria em menos de 2 mil mortes.

A infecção durante a gravidez, no entanto, pode resultar em risco aumentado de parto prematuro.

De acordo com as estimativas mais recentes, 15 milhões de bebês nascem prematuros, antes das 37 semanas, a cada ano e 21 milhões nascem com baixo peso, menos de 2,5 kg.

Esses bebês enfrentam riscos significativos à saúde, incluindo deficiências, atrasos no desenvolvimento e infecções. As complicações relacionadas à prematuridade são as principais causas de morte de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos.