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Proteína no sangue parece prever quem terá caso grave de covid, diz estudo

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

12/03/2021 14h30

Uma proteína específica do sangue, chamada GM-CSF, pode ser uma das responsáveis pelo descontrole do sistema imunológico e está relacionada à infecção do novo coronavírus. É o que aponta um estudo realizado por especialistas do Imperial College London, publicado na revista Science Immunology em 10 de março de 2021.

Segundo eles, essa proteína é capaz de prever quem ficará gravemente doente ou até morrer por covid-19.

Como foi feito o estudo?

  • Amostras de sangue foram testadas em 471 pacientes hospitalizados com covid-19 e 39 pacientes ambulatoriais com uma forma leve da doença na Inglaterra;
  • Os cientistas também compararam 20 amostras históricas de pacientes que morreram de gripe durante a epidemia de gripe suína de 2009/10;
  • As amostras foram escaneadas para 33 tipos diferentes da proteína.

E quais foram os resultados?

A equipe descobriu que os níveis da proteína —conhecida como citocina— eram significativamente maiores em pessoas muito doentes e quase 10 vezes maiores em pessoas que morreram posteriormente.

Por meio dos exames de sangue, os pesquisadores avaliaram que o GM-CSF estava em níveis elevados no início em pacientes que mais tarde sofreram de doença grave.

As citocinas são liberadas na corrente sanguínea quando alguém pega uma infecção. São substâncias minúsculas que acionam o sistema imunológico para atacar os invasores.

Normalmente, elas ajudam a evitar doenças, mas se o sangue contiver muitas delas de uma vez, pode haver uma reação exagerada chamada de 'tempestade de citocinas'.

Nesse caso, o sistema imunológico reage exageradamente ao perigo —causando um inchaço generalizado e descontrolado, que pode danificar permanentemente partes saudáveis do corpo e causar problemas fatais nos órgãos internos.

Por que esse estudo é importante?

Analisar essa proteína quando um paciente é diagnosticado com covid-19 pode permitir que os médicos o tratem de uma forma mais agressiva e com medicamentos mais certeiros, desde o início.

Sendo assim, há a opção de baixar os níveis de GM-CSF no sangue com medicação, por exemplo, o que pode reduzir o risco de alguém ficar gravemente doente ou morrer pela infecção de Sars-CoV-2. No entanto, mais testes são necessários para entender melhor como diminuir os níveis de GM-CSF, entre outras questões.

"Não temos a capacidade de testar pessoas em grande escala para identificar esses tipos de fatores de risco, e testar quem ficará doente com covid não será prático. Precisamos de tratamentos que transformarão isso de uma doença devastadora em uma doença tratável", disse Kenneth Baillie, médico intensivista da Universidade de Edimburgo, que esteve envolvido na pesquisa.