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Câncer em duas crianças pode ter surgido antes do nascimento, mostra estudo

Descoberta ocorreu durante sequenciamento do DNA dos tumores das crianças - iStock
Descoberta ocorreu durante sequenciamento do DNA dos tumores das crianças Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

07/01/2021 14h07

Um caso que ocorreu no Japão chamou a atenção de pesquisadores do National Cancer Center Hospital, em Tóquio. Duas crianças diagnosticadas com câncer de pulmão nasceram com células tumorais que podem ter surgido ainda no útero da mãe ou logo após o nascimento.

A descoberta ocorreu durante o sequenciamento do DNA dos tumores das crianças para um teste clínico. O fato, considerado raro, foi publicado no periódico New England Journal of Medicine, nesta quinta-feira (7).

O primeiro menino foi diagnosticado com câncer de pulmão aos 23 meses (quase dois anos de idade). Já o segundo garoto tinha seis anos quando apresentou dores no peito — levando os médicos a descobrirem um tumor no pulmão esquerdo.

Ambas as mães tiveram câncer cervical: a mãe do primeiro menino foi diagnosticada três meses após o nascimento e a mãe do outro garoto logo após o parto.

Quais descobertas do estudo

  • Após análise, o estudo mostrou que os tumores dos meninos tinham mutações genéticas que correspondiam aos cânceres das mães.
  • A pesquisa também sugeriu que o DNA das células tumorais dos meninos não tinha o cromossomo Y encontrado na maioria das células masculinas.
  • As células testaram positivo para cepas do HPV (papilomavírus humano) - que é conhecido por desencadear o câncer cervical.

O que dizem os especialistas

Para o site NewScientis, Paul Ekert, do Children's Cancer Institute em Sydney, que não esteve envolvido no estudo, explica que algumas células cancerosas provavelmente escaparam para o líquido amniótico durante o fim da gestação ou foram transmitidas para as crianças durante o nascimento.

As duas crianças nasceram de parto normal e é possível que tenham inalado células tumorais neste momento.

Os especialistas também explicam que esses casos de transmissão de câncer de mãe para filho são considerados raros. Aproximadamente um em cada mil bebês nascidos tem uma mãe com câncer. Estima-se ainda que a transmissão ocorra em um bebê para cada 500 mil mães com algum tipo de câncer.