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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Entenda a insuficiência renal, quadro do qual Arnaldo Saccomani sofria

Produtor musical faleceu na madrugada desta quinta-feira (27), aos 71 anos - Reprodução/SBT
Produtor musical faleceu na madrugada desta quinta-feira (27), aos 71 anos Imagem: Reprodução/SBT

Giulia Granchi

Do VivaBem, em São Paulo

27/08/2020 11h26

O produtor musical Arnaldo Saccomani, que trabalhou em discos de artistas como Ronnie Von, Mutantes, Rita Lee e Tim Maia, faleceu na madrugada desta quinta-feira (27), aos 71 anos, no interior de São Paulo.

Saccomani, que também foi jurado em programas como Ídolos e Astros, sofria de insuficiência renal e diabetes — quadro que muitas vezes prejudica os rins, embora não esteja claro se foi o caso do produtor.

O que é a insuficiência renal?

A insuficiência renal é caracterizada pela falta de capacidade dos rins em filtrar devidamente os resíduos metabólicos (como sais) do sangue. Quando isso acontece, esses resíduos podem chegar a níveis excessivos, causando um desequilíbrio prejudicial ao funcionamento do organismo como um todo.

O quadro tem muitas causas possíveis, e enquanto algumas levam a uma rápida diminuição da função renal (causando a chamada de lesão renal aguda), outras causam esse declínio de forma gradual (provocando uma doença renal crônica). A falta de filtração no sangue pode causar anemia e deficiência de vitamina D, entre outros problemas.

Principais sintomas:

  • Diminuição da produção de urina, embora, ocasionalmente, a urina permaneça normal
  • Retenção de líquidos, causando inchaço nas pernas, tornozelos ou pés
  • Sonolência
  • Falta de fome
  • Falta de ar
  • Fadiga
  • Confusão
  • Náusea e vômitos
  • Convulsões ou coma, em casos graves
  • Dor ou pressão no peito

Quais são os fatores de risco das doenças renais crônicas?

  • Pessoas com diabetes (quer seja do tipo 1 ou do tipo 2)
  • Pessoa hipertensa, definida como valores de pressão arterial acima de 140/90 mmHg em duas medidas com um intervalo de 1 a 2 semanas
  • Idosos
  • Pessoas obesas (IMC > 30 Kg/m²)
  • Histórico de doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca)
  • Histórico de Doença Renal Crônica na família
  • Tabagismo
  • Uso de agentes nefrotóxicos, principalmente medicações que necessitam de ajustes em pacientes com alteração da função renal

Como é feito o diagnóstico?

O quadro é comumente diagnosticado durante internações hospitalares por outras causas. Mas, se o indivíduo não está no hospital mas apresenta sintomas, todos os sinais devem ser relatados ao médico, assim como histórico de saúde e uso de medicações.

Entre os exames que fazem o diagnóstico de insuficiência renal aguda estão:

  • Medições da produção de urina
  • Exames de urina
  • Exames de sangue
  • Exames de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada
  • Remoção de uma amostra de tecido de rim para o teste (biópsia)

Tratamento

O tipo de tratamento é escolhido de acordo com a causa da insuficiência renal para cada paciente. No caso de necessidade de restauração do fluxo de sangue para os rins, por exemplo, retirar os medicamentos que estão causando o problema ou remover uma obstrução no trato urinário são os procedimentos possivelmente indicados.

No entanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, existem recomendações gerais para o tratamento da insuficiência renal aguda. Confira:

Mudanças na dieta

Uma dieta rica em carboidratos e pobre em proteínas, sal e potássio é geralmente recomendada. O objetivo é reduzir a acumulação de toxinas que são normalmente eliminados pelos rins, e a mudança deve ser feita com apoio profissional.

Medicamentos

Antibióticos podem ser prescritos para tratar ou prevenir todas as infecções que podem estar causando ou agravando a insuficiência renal. Diuréticos também ajudam os rins a eliminar líquidos. Cálcio e insulina podem ser receitados para ajudar a evitar uma acumulação perigosa de potássio no sangue.

Diálise

Diálise engloba os procedimentos que substituem a função dos rins, indicado para pessoas que tem menos de 50% da função desses órgãos. Um dos tipos, mais feito, é a hemodiálise, procedimento que envolve o desvio de sangue para fora do seu corpo em uma máquina que filtra os resíduos. O sangue limpo é então devolvido ao seu corpo.

Existem também a diálise peritoneal, em que o sangue é filtrado e fluidos excedentes removidos através de um dos filtros naturais do próprio corpo, a membrana peritoneal. Essa membrana é o revestimento que circunda o peritôneo, ou cavidade abdominal, que contém seu estômago, baço, fígado e intestinos. Para que ocorra essa diálise é introduzido um cateter no abdômen do paciente.

Se os níveis de potássio são perigosamente altos, a diálise pode salvar vidas. A técnica, no entanto, não é sempre necessária. É usada se houver mudanças em seu estado mental ou se você parar de urinar. A diálise também pode ser necessária em casos de pericardite, uma inflamação do coração. A diálise também pode ajudar a eliminar resíduos de produtos de nitrogênio do corpo.

Fontes: Sociedade Brasileira de Nefrologia; Manual MSD; Ministério da Saúde

Errata: este conteúdo foi atualizado
A diálise que o texto explicava antes se tratava na verdade da hemodiálise, um tipo de tratamento em que o sangue é retirado do corpo do paciente e filtrado. Existe também a diálise peritonial, que é feita no corpo do paciente mesmo. O texto foi corrigido e ampliado, incluindo esses dois tipos de diálise.