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Alimentação


Juliana Didone: "Carne deve ser acompanhamento, e não prato principal"

Do VivaBem, em São Paulo

12/08/2020 11h00

No Conexão VivaBem desta quarta-feira (12), a atriz Juliana Didone contou que, mesmo não sendo vegetariana, reduziu drasticamente o consumo de carne em seu dia a dia e questionou a relação que o brasileiro tem com esse alimento.

"Não acho legal comer carne em todas as três refeições do dia. Sempre tem que ter carne? Não. Isso é hábito também. Nosso país é tão rico de nutrientes e sabores, você não sente falta de nada. O problema é quando você só come bife, arroz, batata frita e feijão. Tira a carne, mas a pessoa não come berinjela, não come abobrinha, cenoura, chuchu. A pessoa não come nada, então não dá para fazer nada", disse.

Segundo ela, a carne deveria ser vista como acompanhamento. "A carne virou a principal coisa da refeição, o resto é só complemento, acompanhamento, como a gente chama. Acho que a gente tem que ter um novo olhar, para que a carne também seja um acompanhamento, e não o prato principal. Não precisa estar em todas as nossas refeições".

Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), disse que a maioria das pessoas se beneficia da redução do consumo de carne vermelha. "Normalmente, as carnes vermelhas são aquelas que mais frequentemente a gente consome na forma processada, que ainda traz outros componentes que fazem mal à saúde, se consumidos em excesso". Ela pregou apenas a redução do consumo, trocando-a por carnes brancas, por exemplo. "É uma opção interessante para a saúde da maioria das pessoas, sem decréscimo nenhum no que diz respeito ao consumo de ferro, de proteínas. É uma boa decisão, em termos de saúde".

Trocas espertas

Didone contou que nos dias em que não consome carne, substitui o alimento por cogumelos, quinoa e vegetais de folhas escuras. Mas a nutróloga disse que, além dessas opções, é essencial a ingestão de leguminosas. "Elas são a principal fonte proteica de origem vegetal. É tudo o que dá em vagem: feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja. E aí temos outras opções que a gente não tem muito hábito de comer, como a fava, por exemplo".

A especialista ainda lembrou que as leguminosas são a classe de alimentos que mais trazem anti-nutrientes. "Se consumirmos apenas uma versão de leguminosas na dieta, ela faz com que a gente tenha dificuldade de absorver os nutrientes que estão nesses vegetais", explicou.

Por esse motivo, variar sempre é muito importante. "A pessoa que só come feijão também tem uma dieta monótona. Então, é muito importante que em um dia tenha alguma coisa de soja, seja tofu ou alguma coisa assim, em outro dia tenha uma pasta de grão-de-bico, em outro uma sopa de lentilhas, e não só feijões". Segundo ela, para que o vegetariano não tenha carências, é preciso ter uma variedade grande em relação ao consumo de alimentos.