Composto presente em vegetais ajuda a combater doenças hepáticas gordurosas
Não é nenhuma novidade que consumir alimentos saudáveis como frutas e vegetais traz diversos benefícios à saúde, como a oferta de vitaminas e minerais e o auxílio na perda de peso.
Agora, um novo estudo publicado no periódico Hepatology mostra que um composto natural chamado indol, encontrado nos vegetais crucíferos — como couve, brócolis e couve-flor —, pode ajudar a combater a DHGNA (doença hepática gordurosa não alcoólica).
O que causa doença hepática gordurosa não alcoólica?
O quadro acontece quando as células e os espaços do fígado são preenchidos por gordura, tornando o órgão volumoso e pesado. A doença é provocada prioritariamente por má alimentação, sedentarismo, sobrepeso, obesidade, diabetes, colesterol e triglicérides alto, e perda ou ganho muito rápido de peso.
Porém, também pode ser causada pelo uso de certos medicamentos (hormônios e corticoides, entre outros), ou por inflamações crônicas associadas, por exemplo, à hepatite C ou outras doenças hepáticas. Se não for tratada adequadamente, essa condição pode levar a uma doença hepática com risco de vida, incluindo cirrose ou câncer de fígado.
As bactérias intestinais também podem ter um efeito - positivo ou negativo - na progressão da doença hepática gordurosa. Essas bactérias produzem muitos compostos diferentes, um dos quais é o indol. Este produto do aminoácido triptofano foi identificado por nutricionistas clínicos e cientistas da nutrição como provavelmente tendo benefícios preventivos e terapêuticos para pessoas com DHGNA.
Como o estudo foi feito
- Para a análise, os pesquisadores investigaram os efeitos do indol em indivíduos com fígado gorduroso.
- Os resultados obtidos por meio de 137 pacientes chineses apontaram que pessoas com um índice de massa corporal mais alto tendem a ter níveis mais baixos de indol no sangue. Além disso, os níveis de indol naqueles que eram obesos foram significativamente menores do que aqueles que eram considerados magros.
- Nas pessoas com níveis mais baixos de indol, houve também uma maior quantidade de gordura no fígado.
- Os cientistas acreditam que os resultados devem se estender a outras etnias, embora a origem étnica possa ter alguma influência nas populações de bactérias intestinais e nos níveis exatos de metabólitos.
Mais pesquisas são necessárias para a criação de novos tratamentos
Os cientistas acreditam que alimentos com alta capacidade de produção de indol ou medicamentos que imitam seus efeitos podem ser novas terapias para o tratamento da DHGNA.
De acordo com a equipe, impedir o desenvolvimento e a progressão do quadro pode depender de abordagens nutricionais para garantir que os micróbios intestinais permitam que o indol e outros metabólitos funcionem efetivamente, mas pesquisas futuras são necessárias para investigar como certas dietas podem conseguir isso.
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