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Ginecomastia: entenda condição que fez governador da BA operar as mamas

O governador da Bahia, Rui Costa, que está internado em São Paulo após uma cirurgia nas mamas - Divulgação/Governo da Bahia
O governador da Bahia, Rui Costa, que está internado em São Paulo após uma cirurgia nas mamas Imagem: Divulgação/Governo da Bahia

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

06/01/2020 16h07

Resumo da notícia

  • Condição provoca aumento das glândulas mamárias em homens, mas é benigna e não tem relação com câncer de mama masculino
  • O problema pode afetar homens de qualquer idade, mas costuma ser mais frequente em adolescentes por conta das alterações hormonais da puberdade
  • Em adultos, a ginecomastia costuma ser provocada por problemas que provocam desequilíbro hormonal no homem, como alterações da tireoide e tumores
  • O tratamento pode ser medicamentoso ou cirurgico, caso a primeira opção não tenha resposta satisfatória
  • Os especialistas recomendam que qualquer aumento da mama masculina seja verificado por um médico para descartar a hipótese de tumor maligno

O governador da Bahia, Rui Costa, de 57 anos, foi submetido a uma cirurgia durante o fim de semana para retirada das glândulas mamárias. De acordo com a reportagem da Folha de S.Paulo, Costa foi diagnosticado com ginecomastia, um aumento benigno da glândula mamária masculina. O problema teria sido identificado durante uma investigação médica em dezembro de 2019.

De acordo com Marina De Brot, médica patologista e coordenadora do Clube da Mama da SBP (Sociedade Brasileira de Patologia), a condição pode acometer homens de qualquer idade, mas é mais comum de ser encontrada em adolescentes.

Isso acontece porque a ginecomastia tem um componente hormonal importante, ou seja, o desequilíbrio de hormônios como o estrogênio no corpo masculino pode levar a esse aumento mamário. "Esse quadro é mais suscetível durante a puberdade justamente porque é um período de grandes alterações hormonais", explica a especialista. Nesse caso, é comum que o quadro regrida sozinho.

Em homens adultos, as causas também envolvem o desequilíbrio hormonal, mas os fatores que o provocam são outros. Uso de medicamentos, tumores testiculares, alterações da tireoide e no fígado são algumas causas que provocam o problema.

A obesidade também pode ser um fator desencadeante, já que o aumento de peso no homem pode provocar também um desequilíbrio nos níveis de estrogênio, o que estimula o crescimento das glândulas.

Embora também provoque aumento das mamas nos homens, a condição é diferente da lipomastia, quando acontece o aumento apenas do tecido adiposo da região, causando também uma mama mais proeminente e igualmente incômoda para eles.

Em adolescentes, a ginecomastia costuma regredir sozinha. Mas, se persistir, tanto jovens quanto adultos podem ser tratados com bloqueadores de hormônio. Caso não exista resposta, a cirurgia plástica para remoção das glândulas é recomendada.

Problema só afeta homens?

Sim. A ginecomastia é uma condição que descreve apenas o aumento das glândulas mamárias masculinas. Nas mulheres, esse aumento é esperado e começa a acontecer desde a puberdade, quando os hormônios estimulam o aumento das mamas. No homem, a mama normal é constituída por pele, músculo e um pouco de tecido adiposo.

Crescimento não tem relação com câncer de mama

A ginecomastia é um problema benigno, ou seja, não apresenta relação com o surgimento do câncer de mama. Há, inclusive, diferenças no exame clínico: enquanto no aumento benigno a lesão é difusa e fibroelástica ao toque, um nódulo maligno costuma ter consistência firme e com limites bem definidos.

Por isso, De Brot reforça a importância de se procurar um médico ao notar qualquer aumento anormal das mamas. "O médico irá examinar, pedir análises de imagem se achar necessário e diagnosticar se é apenas um nódulo benigno ou se pode ser algo mais grave", explica a médica.

O câncer de mama em homens é considerado raro e corresponde a cerca de 1% dos casos da doença, de acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). A incidência é tão incomum que o Inca não monitora a evolução dos diagnósticos em homens. Em 2017, dados do Instituto deram conta de 16.927 mortes por câncer de mama; dessas, 203 foram de homens. Já números da American Cancer Society, entidade voluntária dedicada ao combate da doença nos EUA, estimam que, a cada ano, 500 homens americanos morrerão de câncer de mama.

O principal fator de "proteção" é que o homem tem as glândulas mamárias menos desenvolvidas, além de conviverem com baixa produção de hormônios femininos. Já os fatores de risco envolvem o aumento da exposição do organismo ao estrógeno, como tumores no testículo ou mesmo tratamentos médicos envolvam hormônios.

Outro fator importante que aumenta as chances de aparecimento da doença em homens é uma mutação genética que deixa a pessoa propensa a desenvolver o tumor. As mais comuns causadoras do câncer de mama são as que envolvem o gene BRCA. Foi essa mutação que levou a atriz Angelina Jolie a passar por uma dupla mastectomia para impedir o desenvolvimento da doença, em 2013.

No caso do câncer de mama em homens, as mutações mais comuns são a BRCA1 e BRCA2. "Mas existem vários tipos de mutação e algumas andam juntas, ou seja, uma mesma mutação pode causar mais de um tipo de câncer", explica o mastologista Eduardo Vieira da Motta, médico assistente-doutor da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e integrante do corpo clínico dos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês*.

Os sintomas mais comuns de tumores nas mamas masculinas são sangramento, surgimento de nódulos, dor e retração do mamilo. No entanto, muitos homens ignoram esses sintomas e costumam demorar a pedir ajuda, fazendo com que a doença se espalhe e seja diagnosticada em estágio avançado.

Tratamento é o mesmo para todos

Uma vez diagnosticado, o tratamento é o mesmo feito em mulheres, ou seja, o tumor é removido cirurgicamente, junto com o tecido mamário em uma mastectomia.

Após a cirurgia, são feitas sessões de radioterapia, quimioterapia e/ou imunoterapia, além do uso de hormônios. Vale reforçar que cada paciente é único e a combinação ou não de tratamentos depende unicamente do diagnóstico que recebeu e da conduta do médico responsável pelo caso.

* informações retiradas de reportagem publicada em 02/10/2019.

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