Remédios: por que você não deve guardar seu medicamento fora da cartela

As embalagens primárias (cartela, envelope e blister) foram desenvolvidas pela indústria farmacêutica para garantir a estabilidade, a eficácia e a segurança do produto, dentro do prazo de validade estabelecido.

Quando retirados dessas embalagens, os medicamentos perdem a qualidade e os dados para sua identificação, como nome do fármaco, concentração, lote, prazo de validade etc, que são informações importantes caso o remédio cause algum efeito colateral.

Além disso, a cartela tem a função de conservar as características físico-químicas, farmacológicas e microbiológicas dos medicamentos. Por isso, quando os remédios são expostos às condições ambientais, como temperatura, umidade e luminosidade, podem causar algumas alterações na cor, sabor, odor, pH, viscosidade, dureza e uniformidade, que levam à perda total ou parcial das propriedades do medicamento.

Mesmo aquelas famosas caixinhas de plástico com divisórias usadas para colocar os remédios, só devem ser usadas em curto período de tempo. Isso porque esses objetos não possuem a mesma vedação da embalagem original, o que pode também modificar a qualidade do medicamento e gerar danos à saúde do usuário. Sem esquecer que as caixas prejudicam a identificação dos medicamentos, principalmente para pessoas que fazem uso de vários remédios, podendo levar a trocas e erros no momento do uso. E a mistura de medicamentos num mesmo frasco também pode levar à contaminação dos produtos.

Uma forma de prevenir a exposição do comprimido ou cápsula aos fatores ambientais é recortar a porção da cartela que envolve o remédio, sem promover o contato com o ambiente externo. Outros cuidados que devem ser seguidos para o uso seguro dos medicamentos são:

  • Leia a bula antes de usar o remédio, sempre se atentando para as indicações de uso, interações medicamentosas e alimentares e conservação.
  • Não realize a estocagem dos medicamentos em locais muito quentes e úmidos, como banheiros e cozinha. Opte pelo quarto, que é um lugar arejado, com temperatura amena e longe da umidade.
  • Evite o armazenamento perto de aparelhos, como televisores e ar condicionado --devido ao calor e à umidade transmitidos --, ou em locais onde há incidência direta de luz solar.
  • Não deixe os medicamentos ao alcance das crianças.
  • Qualquer dúvida sobre o uso do medicamento ou sua conservação, procure orientação com os profissionais da saúde: farmacêuticos e médicos.

E se o remédio estiver vencido, o descarte não pode ser realizado no lixo comum, ou no esgoto, para evitar a contaminação do meio ambiente. Ele deve ser entregue em pontos de coleta, como postos instalados em algumas drogarias, unidades básicas de saúde ou em postos de reciclagem.

Fontes: Mariana Sato de Souza de Bustamante Monteiro, professora da Faculdade de Farmácia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Mônica Assis, coordenadora de farmácia do Hospital Quinta D'Or, no Rio de Janeiro, Paula Carvalho, Farmacêutica Supervisora do Hospital Ana Costa, em Santos e Paulo Roberto Miele, diretor do curso de farmácia das Faculdades Oswaldo Cruz, em São Paulo.

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