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Lesão na cabeça leva ao Alzheimer; estudo mostra reação genética da doença

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

07/03/2018 18h19

Esportes de contato, como futebol americano, podem resultar em concussões na cabeça e por isso aterrorizam neurologistas, que trabalham para descobrir quais são os prejuízos de pancadas no cérebro ao longo vida.

Uma nova pesquisa, feita pela Universidade do Texas, nos EUA, relacionou os traumas na cabeça com o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Os resultados foram divulgados na revista Neuropsychology.

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Para compreender melhor o que acontece, os cientistas analisaram dados de 2.113 indivíduos diagnosticados com Alzheimer após a morte. Foi possível notar que aqueles que sofreram lesões cerebrais por traumas acompanhadas da perda de consciência por mais de cinco minutos foram diagnosticados com Alzheimer antes do que os colegas que nunca bateram gravemente a cabeça.

Os diagnósticos chegavam significativamente mais cedo para quem sofria pancadas na cabeça, cerca de 2,5 anos antes daqueles que nunca sofreram batidas no cérebro.

Apesar de a associação entre as lesões e o Alzheimer, os pesquisadores não aconselham reações imediatas, como os pais tirando os filhos de aulas de esporte de contato. Ainda é preciso determinar com maior precisão como e em quais casos as lesões na cabeça aumentam os riscos de problemas neurodegenerativos mais tarde na vida.

Mais próximos de entender o Alzheimer?

Um outro estudo, publicado na Nature, perfilou a paisagem epigenética de cérebros com Alzheimer, ou seja, desvendou os mistérios das modificações no DNA que sinalizam aos genes se eles devem se expressar ou não.

Os cientistas focaram em uma das regiões mais afetadas no início da doença, o lobo temporal lateral. E compararam seu funcionamento em cérebros mais novos e mais idosos.

O grupo descreveu o enriquecimento do genoma de uma modificação química de proteínas que regulam a compactação de cromossomos no núcleo. Estas alterações, na forma como as proteínas são modificadas ao longo do genoma na doença e no envelhecimento normal, podem significar lugares para os futuros desenvolvimentos de remédios.

As proteínas em questão, que você pode chamar de H4K16ac, modificam a saúde humana ao regular as respostas celulares ao estresse e ao dano do DNA.

Pesquisadores descobriram que, enquanto o envelhecimento normal leva a aumentar o H4K16ac em novas posições ao longo do genoma, a doença de Alzheimer causa perdas de H4K16ac nas proximidades de genes ligados ao envelhecimento e ao Alzheimer.

Uma comparação entre tecidos cerebrais mais jovens, mais antigos e com Alzheimer revelou uma classe específica de alterações de H4K16ac naqueles com a doença, em comparação com mudanças normais estabelecidas pela idade no cérebro. Este achado indica que certas mudanças normais de envelhecimento no epigenoma podem efetivamente proteger contra o Alzheimer, e quando isso vai mal, a pessoa se torna predisposta à doença de Alzheimer.

"Essas análises mostram que o Alzheimer não é simplesmente um estado avançado de envelhecimento normal, mas sim envelhecimento desregulado que pode induzir alterações específicas na estrutura da combinação de proteínas e DNA", disse o autor Raffaella Nativio.

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