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Verônica Laino

Duas gorduras que parecem ser naturais, mas é bom abolir do seu cardápio

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Imagem: Eduardo Knapp/Folha Imagem

Colunista do UOL

26/01/2021 04h00

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Será que gordura é tudo igual? Será mesmo que precisamos abolir as gorduras da nossa dieta? Quando você olha para o alimento escrito 0% de gordura, você prefere comprá-lo por conta desta informação? Hoje vou mostrar que tem, sim, algumas gorduras que devem ser evitadas do seu dia a dia.

A gordura natural presente nos alimentos não precisa ser eliminada da nossa alimentação, afinal é um dos macronutrientes essenciais para diversas funções no nosso corpo, especialmente para a produção hormonal.

Essas gorduras, quando consumidas de forma e em quantidade adequadas, trazem vários benefícios para nosso organismo e são essenciais para formação das membranas das nossas células e síntese de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K).

Por isso, você não precisa ter medo de consumir um leite ou iogurte integral, uma carne de segunda, castanhas, sementes, abacate e coco: estas gorduras são super saudáveis e devem fazer parte do seu dia a dia.

Agora existem duas gorduras que parecem ser naturais, porém são gorduras processadas pela indústria de alimentos, estas, sim, prejudicam muito nossa saúde.

Óleo vegetal - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

Óleos vegetais refinados

Sim, aqueles óleos que encontramos no supermercado em garrafas transparentes provenientes do milho e da soja, por exemplo, são vistos por muitas pessoas como gorduras naturais, porém estudos apontam que o maior consumo destes óleos aumentaram o consumo de ômega 6 na dieta, o que é associado a inflamações, a maior causa de doenças crônicas e causadoras de morte.

Apesar do óleo refinado não conter colesterol, por ele ser rico em ômega 6 desregula o balanço entre ômega 3 e ômega 6, o que leva a redução no combate aos radicais livres no sangue e pode levar a um aumento de doenças cardíacas, ou seja, apesar de não conter colesterol, acaba prejudicando o organismo.

Temos que lembrar que o óleo vegetal não é natural, mas, sim, fruto de um processo industrial para retirar óleo de um alimento que não é fonte de gordura.

A dica aqui é substituir o óleo de vegetal por uma fonte de gordura que consegue ser extraída de forma natural como o azeite de oliva, o óleo de coco, de linhaça, etc.

Como o volume de gordura que devemos utilizar para cozinhar os alimentos deve ser pequena, o azeite rende bastante. Uma família de quatro pessoas que almoçam e jantam em casa deve utilizar em média 500 ml de azeite por mês para fazer todas as comidas e temperar a salada.

Margarina - iStock - iStock
Imagem: iStock

Gordura trans

Gorduras trans são feitas a partir da hidrogenação dos óleos vegetais, assim eles conseguem deixar o óleo na consistência pastosa.

A gordura trans não só aumenta o colesterol LDL (conhecido popularmente como colesterol ruim) como diminui o HDL (conhecido popularmente como colesterol bom), além disso já foi detectado que aumentam as chances de desenvolver diabetes tipo 2, por isso ela é tão prejudicial para a nossa saúde.

Ela é vastamente utilizada pela indústria, pois confere sabor, textura e crocância aos produtos. Por isso precisamos ficar atentos ao rótulo dos alimentos, se olhar e estiver escrito: gordura trans, gordura esterificada, gordura parcialmente hidrogenada e gordura vegetal hidrogenada, aquele alimento vai ter gordura trans, mesmo que no rótulo esteja escrito 0% de gordura trans.

Isso acontece porque a OMS (Organização Mundial de Saúde) permite que seja omitida até 0,2 g dessa gordura nas informações nutricionais. Ou seja, um produto pode conter até 0,2 g desse nutriente por porção e dizer, com grande destaque na embalagem, que tem "zero" gordura trans.

Repare que a regra é da porção! Por isso muitas vezes a porção chega até ser fracionada, como três biscoitos e meio, agora vamos ser sinceros? Quem corta um biscoito ao meio? Por isso, escolha melhor os produtos que você coloca dentro do seu carrinho no supermercado.