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O que acontece com o coração durante um beijo?
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Comum em muitas culturas ao redor do mundo, o beijo é um gesto que de modo geral está relacionado ao afeto, vínculo e intimidade. Para muitos é uma experiência bastante significativa, carregada de emoções e sentimentos.
Desde cedo, a boca é um dos nossos principais órgãos de comunicação, antes mesmo do desenvolvimento da fala. Geralmente, aprendemos ainda muito pequenos a demonstrar afeto quando damos ou enviamos um beijo. Assim, o gesto não se limita aos relacionamentos românticos, mas envolve também a troca de carinho entre familiares e amigos.
Pesquisas apontam, no entanto, que o ato de beijar ou receber um beijo vai muito além dos aspectos emocionais, com reflexos e impactos positivos também para o bem-estar físico e, consequentemente, para a saúde —inclusive do coração, que sai ganhando nessa história!
O beijo na boca
Quando praticado com amor, cumplicidade e respeito, o beijo pode gerar diversos benefícios e desencadear diferentes respostas fisiológicas no corpo, uma série de reações químicas que mexem e interferem no funcionamento do organismo, especialmente quando os lábios se tocam.
Isso porque a boca tem a pele fina, repleta de terminações nervosas, que ao serem ativadas transmitem ao cérebro uma grande variedade de informações e sensações.
Uma tempestade de hormônios
Um beijo apaixonado entre um casal é desta forma capaz de fazer com que o cérebro libere um coquetel de substâncias químicas, ativando os nossos centros de prazer que geram efeitos colaterais benéficos ao corpo.
Entre esses hormônios estão a serotonina e a dopamina, responsáveis, por exemplo, por provocar a euforia e estimular os sentimentos de afeto e união.
Também podemos citar:
- feniletilamina ("hormônio da paixão", desperta a sensação de plenitude e felicidade)
- testosterona (substância ligada à excitação, desejo sexual e continuidade da espécie)
- endorfinas (que acrescentam sensação de prazer, bom humor e bem-estar)
Quando a produção de endorfina está em níveis muito baixos, causa irritabilidade, sono, tristeza, impulsividade e uma série de dificuldades emocionais. Ou seja, um bom beijo ajuda a equilibrar a liberação desses neurotransmissores.
Nessa lista entra ainda a oxitocina, conhecida popularmente como o "hormônio do amor". Substância química associada à união, conexão e fortalecimento dos laços, ela desempenha papel crucial na construção de relacionamentos e vínculos saudáveis e até mesmo na nossa capacidade de empatia. Beijar pode elevar assim a satisfação e ser especialmente importante em longos relacionamentos.
Mas e o coração?
São esses mesmos hormônios que, durante um beijo, provocam diversas mudanças que interferem no funcionamento do coração. Os efeitos estão relacionados, por exemplo, com o aumento da frequência cardíaca, a vasodilatação, circulação sanguínea e a ativação do sistema nervoso, além da redução do estresse.
Aumento dos batimentos do coração: o beijo —e a excitação por ele provocada— estimula o sistema nervoso simpático, resultando em um aumento da frequência cardíaca.
Como dito, isso ocorre em especial devido à liberação de hormônios. A dopamina é um deles: aumenta a tensão arterial e acelera a pulsação, o que nos dá um pico de energia e aguça os sentidos. Assim como a adrenalina e a noradrenalina, que preparam o corpo para responder ao gesto (mesmo sendo algo positivo, o beijo pode ativar o nosso modo de "luta ou fuga", que nos deixa sempre prontos para qualquer situação de possível risco).
Nesse ponto vale destacar, porém, que após a excitação e o aumento da frequência causados pelo sistema nervoso simpático, o parassimpático entra em ação, promovendo a diminuição dos batimentos, a sensação de plenitude, calma, bem-estar e relaxamento.
Vasodilatação e melhora da circulação sanguínea: a excitação que acontece durante um beijo provoca uma vasodilatação no corpo todo. Quando os vasos se dilatam (aumentam o calibre), permitem um maior fluxo de sangue, inclusive para o coração.
A circulação melhora e há redução na pressão arterial. O cenário também ajuda a aliviar as cãibras e até ameniza dores no corpo, como a enxaqueca e a dor de cabeça.
Redução do estresse: beijar também provoca a diminuição dos níveis de cortisol, hormônio liberado em quadros de ansiedade e situações de estresse agudo.
Assim como o beijo, outras formas de comunicação afetuosa, como abraçar e dizer "eu te amo", interferem nesses processos fisiológicos relacionados ao controle e gerenciamento do estresse, promovendo, por exemplo, relaxamento muscular e a vasodilatação, manifestações que ajudam a prevenir as doenças cardiovasculares.
Outros benefícios
A troca de saliva durante um beijo na boca ainda interfere na imunidade. Se por um lado nos expõe a microrganismos, por outro pode fortalecer o sistema imunológico.
Apesar de um beijo entre duas pessoas promover a troca de milhões de bactérias orais, isso pode ser bom: uma boca saudável precisa de um ambiente microbiano equilibrado. Portanto, beijar pode, na verdade, ser uma maneira importante de manter essa diversidade e proteger o corpo de várias possíveis doenças.
O beijo é ainda apontado como um bom exercício para o rosto —e até para o pescoço—, ajudando a movimentar os músculos faciais e combater a flacidez: estima-se que o gesto pode envolver em torno de 2 a 34 músculos, que variam conforme o tipo de beijo e a intensidade. Importante ressaltar que essas respostas fisiológicas mudam de acordo com o contexto e as pessoas envolvidas.
Melhorias na saúde cardiovascular
O fato é que beijo não se resume ao contato entre os lábios, mas, como vimos é um disparador para diversas sensações corporais.
E mesmo que o gesto seja uma experiência momentânea, a conexão emocional e o afeto entre parceiros que se beijam com frequência têm efeitos positivos em longo prazo na saúde do coração.
Pesquisas associam os relacionamentos saudáveis e o amor até mesmo à diminuição do risco de infartos e AVCs.
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