Tempo para engravidar: saiba mais sobre a preservação de fertilidade
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Na semana passada falei sobre as gestações após os 35 anos e esta semana gostaria de falar com mulheres que desejam engravidar, mas que por algum motivo não desejam que isto ocorra agora e não possuem uma previsão de quando isso poderá ocorrer.
Pensar sobre o momento de uma gestação pode auxiliar muitas mulheres a conseguirem driblar o tempo que muitas vezes é implacável.
Com o avanço das técnicas de reprodução assistida preservar a fertilidade feminina passou a ser uma possibilidade que permite postergar a gestação até o momento desejado, isto significa guardar óvulos para o momento em que a mulher optar por engravidar. Este procedimento é muito semelhante ao que mulheres que desejam realizar fertilização assistida são submetidas.
As mulheres nascem, em média, com dois milhões de óvulos, e ao longo da vida este número vai sendo reduzido mensalmente a cada ciclo ovulatório, mesmo nas mulheres que utilizam anticoncepcionais. Não existe uma redução linear que nos permita estabelecer quando este número terá uma queda significativa, mas, próximo aos 35 anos, a mulher passa a ter uma redução mais rápida e até o momento não existe um tratamento para repor estes óvulos perdidos.
Neste ponto entra a preservação da fertilidade, procedimento em que a mulher realiza estimulação ovariana com hormônios, capta seus óvulos e eles são armazenados até o momento em que ela desejar utilizá-los, uma forma de driblar o relógio biológico e dar literalmente tempo ao tempo.
Quanto mais cedo este procedimento for feito, maiores serão as chances de se conseguir um número maior de óvulos e até mesmo repetir o procedimento se for necessário. Lembrando que não existe um prazo em que esses óvulos poderão ser mantidos congelados no laboratório.
Para realizar o procedimento, a mulher deverá procurar uma especialista em reprodução assistida, ter mais de 18 anos, realizar exames prévios para verificar se existe alguma contra indicação para a captação de óvulos e então poderá ser submetida ao procedimento.
O sucesso da captação dependerá do número de óvulos conseguidos e este número depende exclusivamente da reserva pessoal, quanto maior o número captado para congelamento, maiores são as chances da fertilização ser bem-sucedida.
Quando a mulher decidir engravidar, os óvulos poderão ser descongelados, fertilizados pelo sêmen do doador ou parceiro e então, após preparação, podem ser colocados no útero para que a gravidez ocorra.
Quem deve pensar sobre a preservação de fertilidade:
- Mulheres que pensam em engravidar, mas acreditam que isso pode demorar;
- Mulheres cuja mãe entrou na menopausa precocemente, isso aumenta a chance de que isso possa ocorrer com ela;
- Mulheres que serão submetidas a cirurgias ginecológicas para retirada de miomas, endometriose e cirurgias no ovário, procedimentos que, de alguma forma, podem alterar a fertilidade;
- Mulheres com câncer que serão submetidas a quimioterapia e radioterapia.
A preservação da fertilidade não garantirá à mulher a certeza de uma gestação, mas lhe dará chances e esperança de alcançá-la no momento em que considerar mais apropriado.
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