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Gustavo Cabral

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

A covid-19 é um pesadelo a mais para quem vive ou foge da guerra da Ucrânia

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Imagem: iStock

Colunista do VivaBem

07/03/2022 04h00

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Nos dois últimos anos, vivemos sob terríveis "ataques" do coronavírus, que se espalhou de forma devastadora e provocou quase 6 milhões de morte no mundo inteiro. Como se não fosse pouco, a Rússia invadiu a Ucrânia e iniciou uma guerra com possíveis desfechos catastróficos.

O foco da atenção em todo o planeta passou a ser o conflito, com razão. Mas, infelizmente, ainda não controlamos a pandemia da covid-19, apesar de alguns países, incluindo o Brasil, quererem rebaixar a pandemia para endemia, imaginando, de forma irresponsável, que pandemia se controla com canetada, sem ações de sanitárias efetivas.

Essa junção de guerra com pandemia vai gerar uma combinação desastrosa para os países envolvidos direta e indiretamente. É importante compreender que pandemia denota uma enfermidade disseminada mundialmente, sendo assim, algo que aconteça em um determinado lugar do planeta tende a afetar pessoas em diversas partes do mundo. Embora, para quem está na Ucrânia fugindo da guerra e para os países vizinhos, entre outros que recebem os refugiados, esse problema possa ser ainda maior.

Muitas pessoas que adoram teorias da conspiração citam o possível uso de armas biológicas, além das nucleares, pela Rússia. Mas, no caso da arma biológica, não há necessidade alguma de criar algo do tipo, pois um problema biológico (o coronavírus) já está afetando a Ucrânia de forma impiedosa. E, sem o suporte sanitário, vai se tornar ainda mais letal.

No mês de fevereiro, antes da invasão, a Ucrânia registrava altíssimos números de casos de covid-19, com os hospitais sobrecarregados e equipes médicas trabalhando de forma desumana, praticamente sem tempo de descanso. Outro problema terrível é o fato de que apenas um terço da população está vacinada com as duas doses e menos de 2% tinham tomado a dose de reforço, que depois da ômicron passou a ser a vacinação completa. Essa é uma situação típica do leste europeu, infelizmente.

Com os ataques na Ucrânia, os atendimentos às pessoas com covid-19 passaram para o segundo plano, pois a atenção é para os feridos pelo combate na guerra e vítimas civis. Bom, mas nem o vírus não desaparece com tiros e bombas, pelo contrário, ele se espalha ainda mais.

A doença vai chegar mais rapidamente em diversos países que recebem os refugiados e matará muita gente que não tiver atendimento médico adequado. Ou seja, muitos morrerão sufocados com a guerra e com a covid-19.

Finalizo com uma ressalva rápida do desastre que nós, seres humanos, somos capazes de provocar. Acho que a raça humana foi feita com erros de construção, que geraram muitos psicopatas programados para exterminar a vida.