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Taise Spolti

Como escolher uma barrinha de proteína que seja boa e gostosa?

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Imagem: iStock

Colunista do UOL

18/04/2021 04h00

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Sejamos sinceros e realistas: a barrinha de proteína conquistou o seu lugar. Com o passar do tempo e graças às boas informações passadas, conseguimos ressignificar a alimentação das pessoas que ainda tinham como hábito o consumo de barrinhas de cereais —se você ainda as consome, vou explicar por que você deveria parar: são barrinhas cheias de açúcar e baixo teor de fibras, contribuem para o aumento da vontade de comer doces e dão falsa impressão de estar se alimentando bem.

Com a barrinha de proteína, as noticias também não são tão lindas, afinal muitas pessoas que trocaram a barra de cereal pela barra de proteína começaram a encontrar um grande desafio: como escolher uma que seja de fato boa, além de gostosa?

Barrinhas de proteína são facilmente encontradas nos mercados, feirinhas, farmácia, lojas de suplementos e produtos naturais, e a diversidade assusta, já que existem dezenas de marcas e opções. Então, como escolher?

Quantidade de proteína

Se você está procurando uma barrinha de proteína, como o próprio nome diz que deve ser, atente-se que a quantidade do nutriente deve ser maior que a de carboidrato, caso contrário, o custo beneficio não compensa. Infelizmente muitas empresas estão fazendo uso do marketing do mundo saudável para induzir ao engano e erro do comprador. Não é porque está escrito na embalagem que tem proteína que realmente é uma barrinha de proteína.

Tipo de proteína

Hoje em dia já se sabe muito sobre os tipos de proteína e como elas são retiradas dos alimentos para fins industriais, e a depender do processo que é realizado para essa retirada, é que teremos um resultado excelente, bom ou ruim. Os processos mais puros são a hidrólise e o isolamento, e as não tão puras como a concentração.

No caso de proteínas do leite: podem ser proteínas do leite (que têm maior ligação com alergias) ou proteína do soro do leite (menos propensas a alergia ou intolerância), mas nesses casos o indivíduo saberá se pode ou não consumir caso ele tenha intolerância diagnosticada por um profissional da saúde.

No caso de soja, a proteína geralmente vem em forma concentrada, tem alto valor de proteína e biodisponibilidade. É a forma mais barata de se encontrar proteína e muitas empresas usam ela para aumentar o valor do produto sem investir tanto em qualidade.

Proteínas veganas como do arroz e ervilha são encontradas nas barrinhas e alimentos voltados aos alimentos veganos e vegetarianos, tem alto valor e biodisponibilidade, mas ainda são mais caras de se investir pelas empresas e o sabor pode atrapalhar um pouco a aceitação por quem tem paladar mais voltado ao doce, o que chamamos de 'paladar infantil', ou então que não se adapta facilmente a diferentes sabores e texturas logo de cara.

Relação peso do produto e quantidade de proteína

Se, por exemplo, uma barrinha tiver 45 g de peso e o produto oferecer 14 g de proteína, o que são os outros 31 g?

Essa pergunta é muito importante e você vai encontrar a resposta na lista de ingredientes. Podem surgir aí os principais diferenciais entre as marcas, trazendo de fato benefício a quem consome ou não. A lista de ingredientes dos produtos deve conter nomes que você consiga pronunciar ou entender o que é. Caso a lista de nomes difíceis seja grande, a possibilidade de ser um alimento ruim ou ultraprocessado é muito grande, e não queremos isso na nossa alimentação.

Conservantes naturais são ótimos para fazer a vida útil dos produtos durarem mais e também evitar perda dos nutrientes, mas conservantes químicos, aditivos, nomes difíceis, aromatizantes idênticos ao natural, emulsificantes, estabilizantes e principalmente corantes estão relacionados diretamente ao ultraprocessamento de alimentos e contribuem para o inicio de doenças, bem como alergias graves.

Além de idealmente essa lista de ingredientes conter poucos nomes difíceis, fique atento aos ingredientes usados para dar sabor e consistência.

Fibras são importantes aliadas quando falamos em ingestão de proteína, então, na lista dos ingredientes e na tabela nutricional, observe se no item carboidrato existe "das quais: 5 g são de fibras" ou qualquer outra menção de uso de fibras naquele produto.

Os sabores das barras de proteína geralmente acompanham chocolate, e sabemos que chocolate saudável existe, faz bem pra saúde física e emocional, porém imediatamente após saber a lista de fibras, leia os ingredientes do sabor, como: açúcar, leite, cacau. Infelizmente, muitas listas de ingredientes já começam com açúcar, e você sabe: a lista sempre começa pelo item de maior quantidade, ou seja, naquela barrinha você estará ingerindo MUITO açúcar.

Glúten e lactose

Ter lactose ou glúten na fórmula vai depender além dos ingredientes, mas em como é feito o processo de fabricação, pois pode ocorrer contaminação cruzada de glúten em algum produto mesmo que ele de fato não tenha glúten. Fique atento à embalagem pois é lei e obrigação da empresa mencionar se há ou não derivados de itens alergênicos: soja, peixes, leite, trigo, nozes, amendoim, avelãs.

No geral, a grande maioria não contém glúten, e caso sejam barrinhas naturais, não conterão derivados de leite.

Vale a pena consumir?

Bom, depende de qual o objetivo e de como é o seu estilo de vida.

A barrinha de cereal salva a vida de pessoas que querem manter uma alimentação equilibrada mesmo no transito, no trabalho, na rotina corrida do dia a dia, e se contabilizadas ao final do mês, tem custo e beneficio muito melhor do que lanches feitos na rua, como pasteis, assados, fritos etc.

A barrinha de proteína também é uma mão na roda quando se trata de melhorar o consumo proteico por parte de pessoas que têm um déficit na alimentação, que não gostam de consumir ou não têm essa preferência alimentar, e sabemos que proteína é um grupo de nutrientes essencial à vida.

Agora, há quem ultrapasse a boa vontade e troque muitos lanches de frutas, iogurtes, alimentos naturais e até o próprio almoço por uma barrinha de proteína. Nesse caso, assim como qualquer suplemento, barra de cereal, de proteína e alimentos ultraprocessados nunca serão bem vistos, devendo ser avaliado com um profissional o equilíbrio e as orientações individuais para o melhor consumo e distribuição deles durante o dia ou semana.

Espero que eu tenha ajudado você a fazer melhores escolhas na próxima vez que sair em busca de uma barrinha de proteína gostosa para o seu lanche ou para ter na bolsa e no carro para situações de emergência. Com sabedoria, elas com certeza o ajudarão a ter uma alimentação mais saudável.

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