Febre do ouro contagia Fashion Week de Milão
Por Antonella Ciancio
Milão - Estilistas despejaram ouro nas passarelas de Milão nesta semana, com coleções ricas em acabamentos metálicos e feitas para atrair compradores que mantêm a indústria do luxo à tona em tempos austeros.
Empresas de bens de luxo na Fashion Week de Milão estavam relutantes em falar sobre crescimento em 2012, mas disseram que a demanda de mercados emergentes como a China poderia ajudar a indústria a sair da recessão, que surge da crise na zona do euro e da malaise econômica global.
"Não posso fazer previsões para o próximo ano dada a atual situação econômica," disse à Reuters Michele Norsa, executiva chefe da marca de sapatos Salvatore Ferragamo antes de um desfile na bolsa de valores de Milão.
A coleção do decano da moda Giorgio Armani exibiu calças finas debaixo de vestidos mais longos, um visual em camadas que alguns especialistas dizem que pode visar mulheres do Oriente Médio e da China.
A indústria da moda, uma das principais contribuições para a economia italiana, deve gerar quase 63 bilhões de euros (86 bilhões de dólares) este ano, apenas 4 por cento acima de 2010, depois que a Câmara da Moda da Itália reduziu pela metade suas previsões. No entanto, a demanda pela qualidade italiana continua alta entre os fregueses asiáticos, dizem especialistas.
"Os chineses adoram nosso estilo," disse o presidente da Câmara da Moda, Mario Boselli, na inauguração do novo museu da marca de luxo Gucci em Florença.
A coleção primavera/verão 2012 da Armani também ofereceu jaquetas delicadas com ganchos pequenos ocultos para mantê-las fechadas, e vestidos de noite adornados com pequenos cristais translúcidos que lembravam gotas d'água.
"As mulheres podem ser românticas, mas também fortes," disse Armani depois do seu desfile.
O comprimento das bainhas era curto nos desfiles de Versace e Roberto Cavalli, e maiores em Prada e Armani, os plissados apareceram em vários desfiles e temas como a Art Déco e Bauhaus rodopiavam em algumas coleções.
A estilista Miuccia Prada escolheu um tom mais tradicional e conservador para as mulheres, com casacos arredondados nos ombros com rosas de lã, e lembrou os anos 1950 com estampas de automóveis nos casacos, saias e vestidos, combinando com saltos que traziam desenhos de chamas.
"Quis uma mulher doce para o próximo verão," disse Prada à Reuters nos bastidores de seu desfile.
Donatella Versace usou pregos em vestidos curtos em neoprene, enquanto jaquetas esculpidas faziam par com shorts e saltos altíssimos. Vestidos de Jersey tinham pregas e cristais.
A estilista da Gucci Frida Giannini marcou o 90o aniversário da marca com um tributo à Art Déco, um motivo também visto no desfile Cavalli. Giannini trouxe de volta os vestidos "Charleston" dos anos 1920, com franjas lamê para a passarela misturadas com estampas de zebra ou tigre.
A coleção de Cavalli também se inspirou na Art Déco e no movimento alemão Bauhaus para um desfile brilhante, onde o ouro dominou a passarela.
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