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Mulher faz live de importunação sexual em ônibus, e agressor é morto em SE

De Universa, em São Paulo

29/05/2023 18h29Atualizada em 29/05/2023 20h06

Uma mulher conseguiu transmitir ao vivo o momento em que era importunada sexualmente dentro de um ônibus em Aracaju, na manhã de hoje, e foi defendida por passageiros. Horas depois, o homem gravado foi encontrado morto em um município vizinho.

O que aconteceu:

A vítima, uma mulher de 29 anos, usou as redes sociais para mostrar a importunação sexual ocorrida por volta das 8h de hoje. Nas imagens, o homem aparece segurando o órgão genital fora da bermuda e olhando para a vítima.

Ela questiona o homem pelo ato obsceno e se levanta, pedindo que o motorista pare o veículo. O suspeito discute com a mulher e nega o assédio, mas outras pessoas reagem. Um passageiro expulsa o suspeito do ônibus e começa a agredi-lo.

A vítima acionou a GMA (Guarda Municipal de Aracaju) ao chegar no terminal de ônibus, e guardas realizaram buscas pelo suspeito, mas ele não foi encontrado na região, informou a corporação ao UOL. Segundo a guarda, não houve registro de boletim de ocorrência porque a vítima faria hoje o seu primeiro dia num trabalho novo e preferiu buscar a polícia em outro momento.

O homem gravado cometendo importunação sexual foi morto em sua casa no início da tarde, em São Cristóvão, na região metropolitana de Aracaju. A identidade dele foi confirmada pela Polícia Civil de Sergipe como Júlio César dos Santos Alves, de 24 anos.

Sobre a transmissão feita pela manhã, a vítima disse que precisava denunciar o ato e que seu pensamento foi motivado pela ideia de que "ele fez comigo [e] vai fazer com outras mulheres se não já fez", lembrou. Sobre a notícia da morte do homem, poucas horas após o crime, ela diz ainda precisar de tempo para processar o desfecho. "Fiquei sabendo que mataram o rapaz [e] eu estou com medo do que possa acontecer comigo", afirmou ao UOL.

No local em que Júlio César foi encontrado, alugado há cerca de 30 dias, foram encontrados oito estojos de munição e três projéteis de armas de fogo. Ele tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas em São Paulo. A investigação do assassinato ficará a cargo do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), enquanto o inquérito da importunação sexual foi aberto na Delegacia da Mulher de Aracaju.

No trajeto para o local do crime, recebemos informações e vídeos de um crime de importunação sexual registrado mais cedo dentro de um ônibus urbanos de Aracaju. Quando chegamos ao local, acompanhamos os trabalhos periciais e diante do que foi visto e das informações coletadas, é possível verificar que a vítima é a mesma pessoa que cometeu a importunação sexual"
Tarcísio Tenório, delegado responsável pela investigação do assassinato

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.