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Damares é ameaçada de morte pelas redes: 'Encontrei minha filha chorando'

Hysa Conrado

De Universa, em São Paulo

11/10/2022 12h38

A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves postou um vídeo em seu perfil no Instagram na segunda-feira (11) para falar sobre as ameaças de morte que tem recebido desde sua vitória para o Senado do Distrito Federal, no dia 2 de outubro.

No vídeo publicado, Damares compartilhou o print de um tuíte que diz "vamos atentar contra a vida dessa mulher! Empalar ela em praça pública, ela precisa sofrer a dor da morte". A publicação, que foi excluída do Twitter, teria sido feita após o resultado da eleição, ainda no domingo.

Segundo o boletim ao qual Universa teve acesso, o mesmo perfil que fez a publicação contra Damares também ameaçou os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores, com os dizeres "eu apoio que todos os eleitores do Bolsonaro e seus filhos pequenos sejam executados", além de ter afirmado que era preciso "purificar a raça brasileira".

Procurada por Universa, a assessoria de Damares informou que senadora não podia comentar a denúncia no momento pois está viajando. Durante o dia de ontem (10), a senadora esteve no Amapá, no evento "Mulheres com Bolsonaro" ao lado primeira-dama Michelle.

No vídeo postado em suas redes sociais, Damares afirma que não costuma ter medo de ameaças "mas essa me feriu muito porque encontrei minha filha chorando em casa", disse. A senadora eleita registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Especial de Repressão a Crimes Cibernéticos em Brasília.

Damares também afirmou que não é a primeira ameaça que recebe e que sofre perseguição desde quando assumiu o Ministério. "Aquela perseguição não era porque eu era conservadora, mas porque eu era uma pastora evangélica, porque eu declarava a minha fé [...] Eles estão pregando morte a uma pastora".

'Perdeu 6 latas de banha e continua gorda': insultos que políticas aguentam

Universa reuniu parlamentares de diferentes cargos e espectros políticos na campanha #juntasnaurna, contra a violência política de gênero. Elas leram mensagens ofensivas e ameaçadoras que recebem frequentemente por meio de suas redes sociais e reagem a esses comentários.

Os depoimentos comprovam o que mostram as pesquisas: os principais alvos de ataques são grupos historicamente discriminados, como negros, mulheres, pessoas com religiões de matriz africana e população LGBTQIA+, entre outros.