Ciro Gomes: falar de aborto é 'esquerdismo infantil' e faz perder voto
Candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes participou da sabatina organizada pelo Estadão em parceria com a FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) nesta quarta-feira (21) e afirmou que discussão sobre aborto está relacionada a "esquerdismo infantil" que "dispersa nosso povo" e é um assunto "que não tem centralidade na vida do nosso povo".
Ele ainda afirmou que esse não é um tema de competência do presidente da República, mas, após questionamento dos entrevistadores afirmando que a presidência poderia propor essa discussão, foi taxativo: "Não vou propor esse assunto".
"O salário mínimo brasileiro tem o pior poder de compra dos últimos 20 anos. Isso é o que nos une, discutir isso é que está na potência do presidente da República", afirmou. "Esse assunto nos divide."
Admitiu, porém, que não falar sobre o assunto é estratégia eleitoral. "Se sou candidato a presidente, por que sou chamado a responder isso? A gente perde o voto do povo pra atender esse tipo de questionamento."
Debate sobre aborto é "guerra híbrida"
Ciro se esquivou de qualquer posicionamento sobre o tema. "Quem é que pode ser favor da tragédia do aborto? Quem é a favor? Ninguém é a favor do aborto. É uma tragédia de saúde, emocional, feminina. A questão não é essa. É qual é o papel do Estado diante da tragédia do aborto", disse, reforçando que isso "não é potência do presidente da República.
Para o presidenciável, dividir opiniões em contra ou a favor é uma "guerra híbrida".
"Nós que somos honestos, progressistas e preocupados com o efeito da deseducação das mulheres pobres que estão enfiando agulha de tricô no útero, enquanto as ricas estão, na hipocrisia brasileira, fazendo em clínicas riquíssimas em todo o Brasil."
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