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Exército da Ucrânia é criticado após mostrar mulheres marchando de salto

Militares do exército da Ucrânia aparecem marchando de salto alto em fotos divulgadas pelo Ministério da Defesa - AFP
Militares do exército da Ucrânia aparecem marchando de salto alto em fotos divulgadas pelo Ministério da Defesa Imagem: AFP

De Universa, em São Paulo

04/07/2021 15h00

O Ministério da Defesa da Ucrânia está sendo criticado depois de divulgar fotos em que um grupo de mulheres do Exército aparece marchando usando sapatos de salto alto. Para parlamentares da oposição, a cena mostra misoginia e sexualiza as militares.

As imagens foram feitas na capital Kiev, durante ensaios para o desfile de 30 anos de independência do país, após a dissolução da União Soviética. Nelas, mulheres aparecem de uniforme, mas, ao invés de botas ou coturnos, usam sapatos pretos, de salto médio — segundo a CNN dos Estados Unidos, a peça faz parte do uniforme de gala feminino, mas deveria ser usado apenas em ocasiões formais.

"Hoje, pela primeira vez, o treinamento é feito com sapatos de salto", escreveu o Ministério da Defesa, ao divulgar as imagens. "É um pouco mais difícil do que com as botas do exército, mas estamos tentando", falou uma das militares, ao site da pasta.

A parlamentar Inna Sovsun afirmou que "é difícil imaginar uma cena mais idiota e prejudicial" e lembrou que militares — homens e mulheres — estão arriscando suas vidas em batalhas pelo país e, por isso, "não merecem ser ridicularizados".

Militares do exército da Ucrânia são obrigadas a marchar usando salto alto - AFP - AFP
Fotos foram feitas em Kiev, durante ensaio para o desfile que marca os 30 anos da independência do país
Imagem: AFP

Outra congressista, Olena Kondratyuk, pediu que autoridades ucranianas investiguem quem tomou a decisão de trocar coturnos por salto alto e se desculpem publicamente por "humilhar" essas mulheres.

Um dia depois de divulgar as fotos, o ministro da Defesa, Andriy Taran, disse que as militares não serão obrigadas a marchar usando salto no dia do desfile.

Segundo a deputada governista Marina Bardina, a pasta concordou em trabalhar para estabelecer a igualdade nas forças armadas e apoiar as mulheres no serviço militar.