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Naomi Osaka: 5 vezes em que a tenista foi inspiração para além das quadras

Naomi Osaka acendeu a pira olímpica, dando início aos Jogos de Tóquio - Reprodução
Naomi Osaka acendeu a pira olímpica, dando início aos Jogos de Tóquio Imagem: Reprodução

Júlia Flores

De Universa

02/06/2021 16h35Atualizada em 23/07/2021 16h19

Um dos momentos mais emocionantes da abertura das Olimpíadas de Tóquio, nesta sexta-feira (23), foi protagonizado pela tenista japonesa Naomi Osaka. Ao acender a pira olímpica e dar início, oficialmente, aos Jogos, Naomi fez história. Mas não é a primeira vez que ela deixa seu nome marcado entre os grandes destaques do esporte mundial.

Em 2018, a tenista Naomi Osaka foi a primeira asiática a ganhar um torneio Grand Slam de tênis. Na época, ela venceu ninguém menos que Serena Williams na final do US Open. Quando uma foto das duas atletas foi compartilhada no Twitter, com a legenda "ícones", logo Naomi respondeu: "Não sou uma lenda, mas estou trabalhando para isso".

Para além de um estilo de jogo assertivo e de um saque arrebatador, a tenista inspira mulheres dentro e fora das quadras. Com uma postura simples, um jeito tímido e humilde, Naomi relembra que, no começo da carreira, ganhava dinheiro do pai para poder soltar o famoso grito dos tenistas na hora da partida. "Eu odiava, sentia que estava chamando atenção para mim", revelou em entrevista para a Vogue.

Naomi, como é de se notar, não tem vergonha, nem medo, de expor suas vulnerabilidades. Na última semana, ela se recusou a dar entrevista durante Roland Garros, em Paris, foi advertida pela Confederação e preferiu abrir mão do torneio para cuidar da própria saúde mental.

"A verdade é que eu tenho sofrido longos períodos de depressão desde o US Open de 2018 e eu tive muita dificuldade em lidar com isso. Todos que me conhecem sabem que sou introvertida, e todos que me viram em torneios notam que eu geralmente estou com fones de ouvido porque eles ajudam a aplacar minha ansiedade. Embora a imprensa especializada em tênis tenha sempre sido carinhosa, eu não sou uma oradora natural e tenho enormes crises antes de falar com a imprensa", justificou-se a atleta.

Após o desabafo de Naomi que, aos 23 anos ocupa o segundo lugar no ranking feminino de tênis, organizações cederam e prometeram mudar as regras das competições para tornar o "ambiente mais saudável para todos os atletas". Essa, porém, não foi a primeira vez que Naomi provocou mudanças nas regras do jogo.

Ativista convicta

Naomi Osaka chegou ao US Open de 2020 vestindo uma máscara com o nome de Breonna Taylor, jovem morta pela polícia americana no ano passado. Nos bastidores ela revelou ter levado não só o acessório com o nome de Breonna, mas outras seis máscaras bordadas com os nomes de vítimas fatais da injustiça racial.

"É muito triste que sete máscaras não sejam suficientes para a quantidade de nomes, então espero que eu chegue às finais para que você possa ver todos eles", disse a atleta. "Antes de ser atleta, eu sou uma mulher negra. E como uma mulher negra eu sinto que há assuntos muito mais importantes em mãos que precisam de atenção imediata, ao invés de me ver jogar tênis".

Mulher, negra e asiática

Além de voz ativa do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), Naomi é também defensora de suas origens étnicas. Contra a recente onda de ataques xenofóbicos contra a população asiática, motivados pela pandemia de coronavírus que teve origem na China, a atleta se manifestou.

No Twitter, Naomi escreveu: "Se as pessoas amassem os asiáticos tanto quanto amam o chá da bolha, anime, mochi, sushi, matcha etc ... Imagine lucrar / desfrutar de coisas que vêm de uma cultura e então atacar / diminuir o grupo étnico que a criou".

Dona e proprietária de uma linha de skincare

Nos últimos tempos, Naomi também esteve envolvida com o lançamento de sua primeira linha de produtos voltados para o cuidado com a pele. O grande diferencial da marca, a KINLÒ, é que os cosméticos são voltados para pessoas negras e contam com alto fator de proteção solar.

Beleza é para todo mundo, saúde também — e Naomi quer fazer história no setor de cosméticos.

Motiva outras mulheres a se tornarem atletas

"Play hard as a girl." Ainda em início de carreira, o legado de Naomi já é espetacular e reflete não só em sua vida, como na de tantas outras garotas que se espelham na tenista. Em 2021, foi eleita Atleta do Ano no 28 Prêmio Laureus World Sports e recebeu inclusive um vídeo de Usain Bolt homenageando seu esforço em quadra.

O corredor foi assertivo ao fazer seu elogio: "Naomi é um grande modelo e mostra ao mundo todo o que o trabalho árduo e a dedicação podem fazer".

É gentil com os fãs - e consigo mesma

Um vídeo compartilhado pela própria Naomi em seu Twitter mostra como é dedicada, carinhosa e paciente com os fãs. Nas filmagens, a atleta vai até uma seguidora para tirar uma foto, que depois descobriu ser a gravação de um vídeo. Veja:

O fato de Naomi ter exposto sua fragilidade, ter se posicionado contra regras não saudáveis de um torneio tradicional e de ter falado abertamente sobre saúde mental mostram que gentileza é, primeiro, um ato de amor consigo mesma. Em entrevista para a edição americana da Vogue, Osaka comentou: "Eu costumava pensar que tudo dependia do jogo e agora entendo que é preciso encontrar o equilíbrio. Meu único desejo é ser uma pessoa legal com todos que encontrar".

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