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Júri popular de Manvailer entra no 4º dia. Duas testemunhas são dispensadas

Luis Felipe Manvailer em audiência de custódia, em julho de 2018. Ele é acusado de ter matado a esposa Tatiane Spitzner; julgamento começou na terça-feira (4) - Divulgação
Luis Felipe Manvailer em audiência de custódia, em julho de 2018. Ele é acusado de ter matado a esposa Tatiane Spitzner; julgamento começou na terça-feira (4) Imagem: Divulgação

Lorena Pelanda

Colaboração para Universa, em Curitiba

07/05/2021 12h05

O júri popular de Luís Felipe Manvailer entra no quarto dia com previsão de ouvir mais cinco testemunhas, entre elas um vizinho, um investigador e o irmão do réu. Dois depoimentos serão por videoconferência. Ainda faltam ser questionados três assistentes técnicos, além do próprio acusado.

Por volta das nove horas da manhã desta sexta-feira (7) Manvailer retornou ao plenário do Tribunal do Júri, em Guarapuava (PR). O julgamento começou às 10 horas, com o depoimento do investigador Leandro Dobrychtop.

Duas testemunhas foram dispensadas pelo juiz: o investigador Joanez Gaspar e o delegado Wellington Daikubara. Sete testemunhas já prestaram esclarecimentos desde terça-feira (4).

A morosidade do julgamento por causa do excesso de perguntas, já criticada pelo Ministério Público do Paraná, tem feito com que os depoimentos durem mais de três horas cada. Ontem, por exemplo, o investigador de polícia Marco Aurélio Jacó foi ouvido por quase oito horas.

A principal surpresa da defesa de Manvailer foi saber que o investigador dormia no apartamento da namorada, que fica no mesmo prédio do casal, na noite do crime. A informação não tinha sido divulgada antes. Apesar de estar no local, Jacó disse que não viu nenhuma movimentação. Apenas no dia seguinte, ao chegar na delegacia, ficou sabendo do caso e começou as diligências.

"Ele disse, surpreendentemente, que estava dormindo no prédio. É uma situação absolutamente nova e notamos que há uma mudança no trajeto. Há uma mudança a fim de arrumar, de consertar. A acusação faz isso", reclama o advogado Cláudio Dalledone Júnior.

Em seguida, foi a vez do perito do Instituto Médico Legal Obadias de Souza encerrar o depoimento do dia. Ele prestou esclarecimentos por aproximadamente cinco horas sobre como foram feitos os exames no corpo de Tatiane Spitzner. A grande divergência foi em relação ao retorno do corpo da vítima para o IML para que uma nova necropsia fosse realizada.

De acordo com o perito, o exame inicial foi feito somente na parte externa do corpo, sem a avaliação dos órgãos e tecidos dos ferimentos, já que o auxiliar de necropsia era inexperiente. Por isso, ele pediu que a análise fosse refeita. O exame mais completo, segundo ele, foi fundamental para decretar a causa da morte da advogada por asfixia mecânica por esganadura.
A sessão só terminou no começo da madrugada desta sexta-feira e foi a mais longa até agora.

A estimativa dos advogados é que o veredito do caso saia somente no fim de semana.

Entenda o caso

  • Tatiane Spitzner morreu em julho de 2018; em Guarapuava (PR). Foi encontrada após cair do 4° andar do prédio
  • Luis Felipe Manvailer é acusado de ter matado Tatiane por enforcamento e jogado seu corpo da sacada do edifício.
  • Câmeras registraram o acusado agredindo Tatiane no elevador, recolhendo o corpo dela na calçada e, por fim, limpando as marcas de sangue.
  • A acusação defende que Tatiane foi jogada; a defesa afirma, agora, que ela se acidentou.
  • Depois de três julgamentos adiados, o júri popular de Manvailer começou na terça-feira (4) e deve durar de 2 a 3 dias.
  • Manvailer responde pelos crimes de homicídio (com as qualificadoras de motivo fútil; mediante asfixia e meio cruel; e feminicídio) e fraude processual.