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Ex-BBB Natália Prada relembra tentativa de estupro: 'Chorava o dia todo'

Natália Prada fez desabafo pelas redes sociais - Reprodução/Instagram
Natália Prada fez desabafo pelas redes sociais Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o Universa, em São Paulo

04/11/2020 16h37

Em meio às discussões frente ao caso de estupro de Mariana Ferrer, a ex-BBB Natália Prada utilizou suas redes sociais na tarde de hoje para falar sobre uma tentativa de estupro que sofreu em 2006. De acordo com o seu relato, a modelo chegou a denunciar o crime à polícia na época.

"Sofri uma tentativa de estupro em março de 2006, por um vizinho que eu nunca tinha visto. Na ocasião, eu morava sozinha no Rio de Janeiro, estudava jornalismo, artes cênicas e trabalhava como modelo.
Fiquei quase 12h na delegacia. Fui bem tratada. Na porta, dezenas de jornalistas querendo saber o que tinha acontecido. Aconselhada pela família, eu resolvi dar entrevistas no dia seguinte, pra que esse caso não fosse arquivado", contou.

A ex-BBB, que participou do reality show em 2005, ainda revelou que cedeu entrevista à um jornal na época que teria levado seu caso "a júri popular, publicando minha história de acordo com seus preconceitos e visão sobre mim."

"Eu estava tão fragilizada, cancelei trabalhos como modelo, fui morar em outra cidade. Desisti inclusive de desfilar em uma escola de samba do Rio. Estava com medo, chorava o dia todo. Achava que ia acontecer de novo. Achava que o agressor me encontraria...", escreveu.

Natália Prada ainda citou que foi acusada de ter utilizado o "cenário caótico" para "ganhar mais fama".

"Apesar de não ter sofrido nenhum dano físico, senti vergonha de ser mulher, vergonha de estudar jornalismo, vergonha de ser modelo, de ter nascido em Fortaleza, vergonha de existir. Eu queria sumir, queria desaparecer desse mundo. Não foi fácil", concluiu, ainda incluindo a hashtag #NãoExisteEstuproCulposo.

Sofri uma tentativa de estupro em março de 2006, por um vizinho que eu nunca tinha visto. Na ocasião, eu morava sozinha no Rio de Janeiro, estudava jornalismo, artes cênicas e trabalhava como modelo. Fiquei quase 12h na delegacia. Fui bem tratada. Na porta, dezenas de jornalistas querendo saber o que tinha acontecido. Aconselhada pela família, eu resolvi dar entrevistas no dia seguinte, pra que esse caso não fosse arquivado. Uma jornalista do jornal O Povo, de Fortaleza, me entrevistou por telefone. Levou meu caso a júri popular, publicando minha história de acordo com seus preconceitos e visão sobre mim. Eu estava tão fragilizada, cancelei trabalhos como modelo, fui morar em outra cidade. Desisti inclusive de desfilar em uma escola de samba do Rio. Estava com medo, chorava o dia todo. Achava que ia acontecer de novo. Achava que o agressor me encontraria... Essa jornalista escreveu palavras que não saíram da minha boca. Nunca chamei o agressor de ladrão, nunca estudei na Unifor, nunca disse que me engajaria em causas feministas. E o pior, ela afirmou que eu aproveitei todo esse cenário caótico pra ganhar mais fama. No final da matéria ela indicou ONGs de apoio à mulher. Depois dessa, qual mulher se habilita? Apesar de não ter sofrido nenhum dano físico, senti vergonha de ser mulher, vergonha de estudar jornalismo, vergonha de ser modelo, de ter nascido em Fortaleza, vergonha de existir. Eu queria sumir, queria desaparecer desse mundo. Não foi fácil. #MarianaFerrer #estupro #Nãoexisteestuproculposo #mulheresdevemproteger #mídiaresponsável

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Nos comentários, diversos fãs teceram mensagens de apoio à influenciadora. "Nossa sociedade é cruel, é machista, é preconceituosa. Colocam a culpa que cabe apenas ao agressor na vítima. É nojento", comentou uma. "Sentimos pela sua dor", escreveu outro. "Sinto muito pelo que vc passou", acrescentou uma terceira.