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Mulheres protagonizam um mundo em evolução


Mulheres estão levando energia solar para vilarejos na Índia

da Universa

04/07/2019 17h34

A Índia está tentando levar eletricidade a milhões de pessoas que vivem em lugares remotos, mas quer ter certeza que essa energia venha de fontes limpas e renováveis. A empresa Frontier Market está colaborando com o projeto no estado do Rajastão, vendendo produtos movidos a energia solar a milhares de vilarejos. O segredo do sucesso? Transformar seus consumidores em vendedores!

A empresa está contratando mulheres para vender produtos como lâmpadas, fogões e até mesmo televisões que funcionam por energia solar . Cada mulher vende seus produtos para centenas de famílias e fica conhecida como uma das Solar Sahelis, as amigas do sol.

    "Nós entendemos que enquanto o consumidor - a pessoa que paga pelo produto - é um homem, a pessoa que utiliza o produto é uma mulher", explica a CEO da Frontier Markets, Ajaita Shah, em entrevista a CNN. "Na verdade, 70% de nossos usuários são mulheres e foi assim que nos demos conta de que para servir os lares com tudo que é preciso, as mulheres precisavam estar no centro dessas operações", conta.

    Ajaida Shah - CNN/Frontier Markets/Reprodução - CNN/Frontier Markets/Reprodução
    Ajaida Shah
    Imagem: CNN/Frontier Markets/Reprodução

    Ajaita fundou a Frontier Markets em 2011, com a intenção de levar energia limpa a milhões de indianos que vivem na região rural do país, além de oferecer uma fonte de trabalho e renda para mulheres, resolvendo assim dois dos principais problemas da Índia.

    O governo do Primeiro Ministro Narendra Modi tem como prioridade a aplicação de energia elétrica nos ambientes, anunciando em 2018 que 100% das vilas do país agora contam com acesso a eletricidade. O problema é que o governo considera que uma vila tem energia elétrica se apenas 10% das casas contam com eletricidade, o que significa que pelo menos 200 milhões de pessoas ainda não tem acesso a isso.

    O governo de Modi também deseja bater metas para aumentar o uso de energia solar e já se expandiu de menos de quatro gigawatts em 2015 para quase 30 gigawatts - 8% da capacidade de energia da Índia. O plano é chegar aos 100 gigawatts em 2022.

    "As 3 mil mulheres empregadas pela Frontier ajudaram a prover energia para meio milhão de casas em vilarejos no Rajastão. Elas falam dos benefícios da energia limpa para as casas, mas também nos fazem entender que tipo de inovação esses lares mais precisam", explica Ajaita.

    Apenas 22% da força de trabalho da Índia é formada por mulheres, de acordo com dados do Banco Mundial, uma das taxas mais baixas do mundo. A Índia está atrás até de países como Sudão, El Salvador e Afeganistão.

    "Enquanto a Índia vem crescendo e se movendo, evoluindo e mudando, especialmente com a revolução digital, as mulheres ainda continuam deixadas para trás. É muito importe para nós continuar a investir nas habilidades das mulheres e em sua educação", diz Ajaita.

    O modelo de negócio parece estar funcionando. A receita anual da Frontier Markets aumento de U$300 mil em 2015 para quase U$2,7 milhões neste ano. A empresa ainda fez parcerias com outros nomes globais como a Unilever e a Philips.

    "Temos muito orgulho de como conseguimos ter sucesso. É parte da minha missão garantir que todos entendam que investir em mulher não é somente uma história impactante, mas um marketing inteligente e a chave para acabar com a pobreza", conclui Ajaita.