"Julgar só piora", especialista comenta tentativa de suicídio de Luane Dias
![Luane Dias começou a receber ataques após término com Leo Stronda - Reprodução/RecordTV](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/d6/2018/11/23/leo-stronda-e-luane-dias-se-reencontram-no-hoje-em-dia-1542984338436_v2_900x506.jpg)
Na noite de ontem, Luane Dias, participante da última edição de "A Fazenda", deixou os seguidores preocupados pelas declarações que fez por meio das redes sociais. Dias depois de confirmar o término do relacionamento com o fisiculturista Leo Stronda, a youtuber usou a internet para desabafar. Nos posts, revelou que está passando por um período difícil: além de confessar que está em depressão, sem comer e nem beber há dois dias, Luane escreveu também que chegou a tentar tirar a própria vida.
"Foram diversas tentativas frustradas. A dor e a angústia tomaram conta do meu ser e eu me entreguei sem medo. Eu não pensei em nada, só em ir embora", escreveu. Mais tarde, apagou parte do que foi postado e pediu aos fãs que parassem de atacar ao ex-namorado, dizendo que é um momento delicado, de muita exposição e que "o que vai prevalecer é o respeito e carinho ao próximo".
Leo também usou o Instagram para explicar sobre o caso. "Ela sofreu muitos ataques, ofensas e isso acabou acarretando negativamente", afirmou se referindo ao término do relacionamento - que, segundo o relato, ocorreu porque a youtuber se tornou emocionalmente instável e confusa. O rapaz pediu também que as pessoas parassem de dizer que ela estava se vitimizando, garantindo que está disposto a ajudá-la.
Término pode ser um estopim
Mario Louzã, psiquiatra e psicanalista, afirma que rompimentos amorosos costumam ser dolorosos e podem desencadear um quadro depressivo ou piorar um transtorno pré-existente. "Se a pessoa não está bem, um término pode ser a gota d'água para que sua angústia chegue a níveis mais elevados", aponta. No entanto, quando uma tentativa de suicídio acontece, não se pode responsabilizar o outro pelo fato. "Centenas de rompimentos acontecem diariamente e quase nenhum acaba de maneira trágica", relembra. Ou seja: a pessoa que cogita tirar a vida precisa de auxílio para aliviar seu sofrimento, independentemente de como o fato aconteceu.
Julgar é colocar "lenha na fogueira"
Em pouco tempo as redes sociais de Luane foram inundadas de mensagens e comentários. Apesar de muitas pessoas desejarem melhoras e forças à jovem, há também quem critique sua postura. "Questionar os motivos e julgar a dor do outro como sendo fútil ou infundada é colocar mais lenha na fogueira", opina o médico. Como o psicológico da pessoa está fragilizado, isso pode desestabilizá-lo ainda mais.
Redes sociais não são efetivas
Na visão do psiquiatra, é comum a geração atual querer dividir informações pessoais nas redes sociais. "Porém se a pessoa precisa de ajuda, a estratégia não funciona", defende. Isso porque as relações virtuais são superficiais. "Quem lê o desabafo não sabe em que contexto foi escrito, o que coloca em cheque a credibilidade das palavras", diz.
Além disso, os posts são atualizados a todo instante - e por isso o assunto pode passar despercebido. Na opinião do médico, alguém que pensa em atentar contra a própria vida precisa de auxílio de pessoas próximas. "O primeiro passo é acolher através da escuta para, em seguida, encaminhá-la para um profissional", orienta. Em consulta com psicólogo ou psiquiatra, a origem do sofrimento pode ser investigada e tratada.
Uma alternativa para os momentos de maior angústia é procurar o atendimento do CVV (Centro de Valorização da Vida) - associação que presta serviço gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio. "Os atendimentos realizados na maior parte das vezes por telefone têm como objetivo aliviar os sentimentos ruins que levam o indivíduo a acreditar que está sem alternativas", indica o médico. Para entrar em contato, o número é 188.
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