Como Novaes e Spiller: veja como é possível ex-companheiros serem amigos
Os atores Marcello Novaes e Letícia Spiller relembraram o casamento e trocaram declarações de amor no quadro "Arquivo Confidencial", do "Domingão do Faustão", neste domingo (15). O caso chamou atenção, já que muita gente acha estranho permanecer amigo do ex-companheiro após uma separação. Para mostrar que a boa relação entre parceiros também pode ser boa longe das câmeras e do mundinho dos famosos, o UOL conversou com dois casais que também mantém uma boa relação com os antigos parceiros.
Padrinho do casamento da ex
O fotógrafo João Cláudio Cote, 63, namorou por volta de dois anos a gerente de serviços Miriam da Silveira Martins, 50, mas mesmo com o fim da relação, os dois mantiveram a amizade. "Após o término, não ficamos afastados ou sem se falar. Não tinha motivo para nossa romper nossa amizade", explica Miriam. "Ela é a pessoa que eu mais converso sobre minha vida. Se acontece algo importante para mim, ela é a primeira a saber", completa João.
Depois que a relação terminou, Miriam começou a namorar outra pessoa e prontamente contou para João. "Ela disse que achava que era sério, para casar, e que já tinha falado para ele sobre mim, que eu continuaria fazendo parte da vida dela", conta o fotógrafo. E ele ainda foi se apresentar para o novo amor da ex. "Sabia quem ele era pelas redes sociais, mas um dia dos encontramos em um evento do abrigo, trabalho voluntário que fazemos, e notei que ela estava sem jeito de nos apresentar, então fui até ele. Ficamos amigos e conversamos muito", relembra João.
Os amigos e a família não estranharam o casal ter mantido o contato após o término, mas as crianças e adolescentes do abrigo, sim. "Elas vinham me perguntar: ‘Mas você é amigo dele?’ E eu falava: 'Sim, qual que é o problema?' E aproveitava oportunidade para falar com eles sobre essas questões", conta.
Na época do casamento de Miriam, João recebeu a ligação do futuro marido dela, era o convite para ser padrinho de casamento. "Como ela tem uma família grande e não tinha como me encaixar no altar, o marido dela prontamente disse que eu poderia ser o padrinho do lado dele. Quando entrei na igreja, nossos amigos estranharam. A gente riu muito com a cara das pessoas", explica.
Miriam acredita que para ter uma boa relação com o ex é preciso virar a página e deixar o sentimento de posse de lado. “Não precisamos descartar a pessoa só por que o relacionamento acabou. Ele pode continuar de outra forma. A minha relação e do João é fraterna, de cumplicidade. Nós somos pessoas que agregamos muito um para o outro e a amizade só veio para nos somar. Gosto muito do João, tenho prazer de conversar com ele e só tenho que agradecer pela sua amizade”, fala.
Amizade com a atual
Assim como Marcello e Letícia, a analista de RH Carolina Paiva, 26, e o biólogo Rafael Sauce, 26, tiveram um filho, Vinicius, de sete anos, fruto do relacionamento que durou quatro anos e se dão muito bem. Mas os dois reconhecem que atingir essa ‘paz’ na relação a dois foi um processo. “Quando tivemos nosso filho, tentamos continuar juntos, mas vimos que estávamos mais brigando do que ficando bem. Percebemos que era melhor terminar para não afetar a criação do Vinícius. Só que, de início, foi conturbado, pois a gente ainda gostava um do outro e não tínhamos muita maturidade. A relação era estranha, a gente falava só o essencial um com o outro”, relembra Rafael.
Eles foram se aproximando aos poucos após o fim da relação, em parte para decidir as questões da criação do filho. “A gente foi reconstruindo a amizade, começamos a amadurecer e ver que isso ia ser essencial para a criação do Vinicius. Não é porque terminamos o namoro que não podemos ter uma relação boa. O Vinicius foi primordial para alcançarmos isso. Amadurecemos mais rápido por causa dele, temos um foco diferente na vida por isso e somos maduros suficiente para saber que precisamos ter uma boa relação”, fala o biólogo.
Como eram melhores amigos antes mesmo de iniciar o relacionamento, Carolina conta que sentia falta de conversar com o ex sobre os temas cotidianos. “Quando a gente voltou a conversar mais, queria conversar com ele sobre outros temas além do nosso filho e, aos poucos, voltamos a falar sobre profissão, os amigos da escola e outros assuntos em comum”, explica.
A analista de RH reconhece que, às vezes, a boa relação entre os dois causa estranheza, principalmente entre as amigas que não conhecem o ex-parceiro. “Tem muitas amigas que não entendem como continuo amiga do meu ex, mas para mim é algo natural, antes de qualquer relação, ele sempre foi meu amigo. Não tenho o que falar mal dele. Ele sempre foi presente e decidimos juntos tudo do nosso filho. Não discordamos de como queremos cria-lo, nem sobre as expectativas para o futuro. O Rafael começou a namorar outra pessoa logo depois que terminamos e tenho uma ótima relação com ela”, fala.
A dica para alcançar a paz na relação? "É dar tempo ao tempo. Esperar a poeira abaixar é bom, pois assim você olha para o ex-parceiro como pessoa, não foca na mágoa. No começo, tudo remete ao término da relação, mas o tempo e o amadurecimento ajudam a enxergar a pessoa de outro jeito, já que o relacionamento virou outro”, diz.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.