Que tal não transformar o presente da criança em problema para os pais?
Natal, aniversário, Dia da Criança. Enquanto a garotada fica animada com a chance de ganhar brinquedos, muitos pais suam frio porque sabem que alguns dos presentes vão causar inconvenientes em casa. De que forma quem presenteia e as famílias das crianças podem lidar com essa situação?
Confira o que recomendam Claudia Matarazzo, especialista em etiqueta e comportamento, e Andressa Isola, consultora em serviços voltados para mães e bebês, e sócia do Instituto Mãe, em São Paulo.
A prioridade é a criança
Na opinião de Claudia, quem vai comprar um presente deve, primeiramente, considerar opções das quais a criança gosta, o perfil e a personalidade dela. “É evidente que é importante pensar no estilo de vida da família também, mas depois que o presente é entregue, cabe aos pais administrar o uso”, diz ela.
Ainda segundo Claudia, caso as pessoas se sintam à vontade ou tenham intimidade com a família, podem consultar os pais da criança antes da compra --e, feito isso, devem respeitar a resposta dada por eles.
No caso de presentes dados sem consulta prévia, nada de devolvê-los. “O recomendável é passar o item para frente, dando para alguém ou trocando por outra coisa. Mas entregá-lo de volta para quem deu, jamais”, fala Claudia.
Consultar os pais no caso de brinquedos polêmicos
Segundo Andressa, quanto maior a criança, mais importante é conversar com os pais --jamais na frente dela, é claro-- antes de comprar um brinquedo que possa causar transtorno para a família.
Isso quer dizer que itens grandes demais ou barulhentos, principalmente, devem passar pelo aval dos responsáveis, antes de serem comprados. “Evidentemente, se alguém quiser muito agradar à criança com determinado presente, pode comprar e deixá-lo na própria casa, permitindo que ela brinque lá”, diz a consultora.
Tratando-se de bebês e crianças pequenas, Andressa concorda com Claudia. Cabe aos pais administrar o uso, pois é mais fácil controlar os filhos e o acesso aos brinquedos, escolhendo quando e onde permitir brincadeiras com massinha, tinta e objetos sonoros.
Frente a um presente que não agradou aos pais por algum motivo, Andressa recomenda sinceridade com quem deu o item. “É preciso ser delicado e pedir para trocar por algo semelhante, mas menor ou que não faça barulho, por exemplo, ou por qualquer outra coisa que faça sucesso com a criança tanto quanto o presente.”
Animais de estimação merecem consulta prévia
Tanto Claudia quanto Andressa afirmam que animais de estimação não devem ser dados como presentes. Se o gesto de quem for presentear estiver movido pela certeza de agradar à criança, é imprescindível consultar os pais antes.
Um bicho provoca um significativo impacto na vida da família, podendo causar sérios transtornos e se tornar um problemão para os donos da casa. Se ele for entregue sem consulta prévia, Claudia recomenda, mais uma vez, não devolver o presente. “Dê para outra pessoa, mas não devolva”, diz a especialista em etiqueta, lembrando de a pessoa procurar por alguém que possa acolher bem o animal.
Andressa também alerta para outro tipo de presente que precisa ser conversado antes com os pais: comida. “Há crianças com intolerância à lactose, alérgicas a glúten, e pais que só liberam doces depois de certa idade, fins de semana ou datas específicas e ainda aqueles que são restritivos a certos itens, como balas e pirulitos”, conta.
Por isso, nesses casos, melhor não provocar nenhuma saia-justa e deixar a criança passando vontade porque quer ficar com o presente, que fatalmente será recusado na hora pelos pais ou confiscado por eles depois.
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