Kate não teme ultrapassar as 40 semanas de gravidez; ela está certa
A imprensa e os fãs já acampam em frente da maternidade St. Mary's, no oeste de Londres, à espera do nascimento do segundo filho de Kate Middleton e do príncipe William. De acordo com a imprensa internacional, o bebê real está "atrasado", pois a duquesa de Cambridge teria completado 40 semanas de gestação, na semana passada, e entraria na 41ª semana, nesta quinta-feira (30). Kate optou por esperar pelo parto, para ter o bebê por via natural –assim como aconteceu com o primogênito, George, em julho de 2013.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a gestação a termo (duração saudável e esperada para o período gestacional) varia de 37 a 41 semanas. "Antes, a recomendação era esperar até a 42ª semana, no entanto, observou-se que os problemas com a diminuição do líquido amniótico eram mais recorrentes", afirma Patricia de Rossi, professora da Universidade Uninove e obstetra e ginecologista do hospital do Mandaqui, ambos em São Paulo.
A despeito da recomendação da OMS, há médicos que, dependendo do caso, esperam até a 42ª semana. Segundo Patricia, no entanto, é preciso avaliar os riscos e as condições tanto da gestante quanto do bebê. "A diminuição do líquido amniótico mostra que a placenta não está funcionando da forma correta, portanto, a nutrição desse feto pode ser comprometida", diz a obstetra.
No caso de Kate, que ainda estaria no período de gestação considerado seguro pela OMS, os médicos devem iniciar um controle de vigilância fetal a partir desta semana. "Esse controle é feito para monitorar o bem-estar do feto por meio do exame de cardiotocografia, que registra os batimentos cardíacos do bebê, além de uma ultrassonografia para medir o nível de líquido amniótico e o funcionamento da placenta", declara Patricia.
A indicação é que esses exames sejam feitos, em média, a cada dois dias. "Essa é a recomendação para uma gestante saudável. Caso a mulher tenha alguma doença de risco, como diabetes e pressão alta, os médicos não recomendam ultrapassar a 40ª semana nem com todo esse acompanhamento."
O resultado dessas avaliações ajudará a descobrir se o bebê está em sofrimento fetal. "Isso acontece quando a criança não está recebendo nutrientes e oxigênio na quantidade necessária. A situação é séria, mas gradativa, portanto, com acompanhamento adequado, fica mais fácil evitá-la", declara Patricia.
Interrupção da gestação
Para interromper a gestação e induzir o parto, são levados em consideração a saúde do bebê, da paciente e seu histórico obstétrico. "A forma menos invasiva é induzir o parto normal. Para isso, o especialista fornece, via injeção venosa, a dose adequada de ocitocina (hormônio produzido durante o trabalho de parto) para estimular as contrações e seguir o trabalho de parto", afirma a obstetra.
Patricia avalia que essa seria a melhor forma de interrupção para Kate, caso seja necessário. "Ela, provavelmente, é uma grávida saudável e já teve parto normal. Esse seria o melhor modo para que o bebê dela nascesse."
Já para as gestantes que tiveram um parto anterior via cesárea, Patricia não indica a indução do parto normal com ocitocina. Ela destaca que a recomendação não é um consenso entre a classe médica, mas reitera que a maioria dos protocolos das sociedades médicas brasileiras segue essa diretriz. "O risco é que as contrações possam forçar a cicatriz da cesárea e provocar uma rotura (rompimento) uterina", afirma a ginecologista.
Outra situação que também pode acontecer, segundo a obstetra, é a falha na indução do trabalho de parto. "O médico pode fornecer o hormônio para a gestante e ele não desencadear o trabalho de parto. Nesse caso, a opção passa a ser o parto via cesárea", afirma.
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