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O que faz nascer uma supermodelo? Veja oito características essenciais

Fernanda Schimidt

Do UOL, em São Paulo

18/08/2014 13h25

Ser escolhida a dedo pelos estilistas mais importantes, desfilar para as grandes grifes, atravessar continentes para fotografar editoriais e participar dos eventos mais badalados do mundo fashion é a carreira dos sonhos de milhares de meninas que cresceram vendo Gisele Bündchen brilhar.

Mas o que será que ela e nomes como Cindy Crawford, Linda Evangelista, Naomi Campbell e Kate Moss têm de especial? Por que a novata Cara Delevingne, em tão pouco tempo, virou modelo-sensação? Como chegar lá? Essas são perguntas que passam pela cabeça de muitas garotas que querem ser modelos e até de quem adora acompanhar a carreira destas beldades.

Para ajudar a nova geração de modelos brasileiras a traçar seu caminho ao estrelato, o UOL Moda conversou com especialistas do mercado e reuniu as oito características principais para uma carreira de sucesso. Veja a seguir:

1) Disciplina
“Beleza e altura são características importantes para entrar no mercado, mas as modelos que fazem sucesso são as que têm mais persistência. Tem de ter muita disciplina. Acordar e estar bonita todo dia é um fardo. Às vezes, tem uma semana em que você quer ficar desleixada, mas as modelos não  podem”, explica Liliana Gomes, sócia da Joy Model Management e responsável por pinçar Gisele Bündchen, em uma seleção de olheiros.

2) Aceite muitos trabalhos
A regra número um de muitos livros de autoajuda também vale para a moda. Nunca diga não. Segundo Liliana, “as supermodelos são pessoas que não perdem oportunidades. Não me lembro de Gisele ter recusado trabalho. Me lembro dela com febre, doente depois da temporada de moda, e mesmo assim trabalhando. É um diferencial que faz com que das dez modelos que começam só uma seja vencedora”, diz Marco Aurélio Casal de Rey, booker e diretor da Ford Models no Brasil, que completa: “O que diferencia uma supermodelo é que ela se dedica ao trabalho e fica 24 horas por dia em função dele, mas mantendo a vida particular também, é claro”.

3) Não há espaço para o convencional
“Hoje, o mercado da moda e publicidade, tanto o mundial quanto o brasileiro, é concorrido e deu uma enxugada. Então, os modelos que estão trabalhando agora são modelos muito bons. Quem não se dedica ao trabalho, quem não se cuida, tanto no lado pessoal quanto no físico, não consegue vingar”, afirma Marco Aurélio.

Fernanda Liz foi apontada como o novo rosto da moda brasileira, segundo Paulo Borges, idealizador da SPFW - Divulgação - Divulgação
Fernanda Liz foi apontada como o novo rosto da moda brasileira, segundo Paulo Borges, idealizador da SPFW
Imagem: Divulgação
4) Um pouco de sorte faz bem
“Acredito em sorte. É uma das coisas que essa carreira tem. Além de ser bonita, ter corpo bonito, ser profissional e educada, a sorte de estar no lugar certo e conhecer as pessoas certas também ajuda”, diz a modelo brasileira Fernanda Liz, que foi escolhida pelo estilista Riccardo Tisci para um desfile da grife Givenchy. “Mas não é que fiquei esperando cair do céu, fui atrás para ter essa sorte”, completa. “Existe sorte, mas a modelo tem de aproveitar as oportunidades que aparecem”, comenta Liliana.

5) Esteja pronta para estourar
Não vale deixar para amanhã. Você tem de estar preparada para estourar a qualquer momento. Isso significa ter o inglês em dia, o corpo em cima e o cabelo arrumado. “O que orientamos para os ‘new faces’ é que não é para eu me dedicar daqui a pouco, para daqui uns meses estar bacana. O mercado hoje é global. Uma grande marca pode ligar e pedir que uma menina esteja amanhã em outra parte do mundo e, se ela não estiver pronta, não vai rolar”, conta Marco Aurélio, da Ford Models.

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6) Idade não é mais problema
Se anos atrás as meninas tinham de ter 13 ou 14 anos para garantir uma carreira longa, atualmente isso não é mais assim. “O mercado hoje tem mulheres estourando com 26, 27 anos. O nosso trabalho é entender o momento certo em que isso vai acontecer”, fala Marco Aurélio. Prova viva é a modelo Fernanda Liz, que viu sua carreira sofrer uma reviravolta aos 23 anos, após uma década de trabalho.

“Carrego uma bagagem muita grande. A idade não prejudica, ajuda. Como tenho experiência, sei como me comportar com clientes, me posicionar na frente da câmera, como ter atitude, coisa que as meninas que têm 15 ou 16 ainda não têm”, diz ela que foi apontada por Paulo Borges, diretor do SPFW, como “a nova Gisele Bündchen”.

7) O novo está sempre em alta
As tops que viraram ícones surgiram para desafiar os padrões de beleza vigentes. “Todas as meninas entraram na contramão da moda. Kate Moss é o exemplo vivo. Ela veio depois de Cindy Crawford e Linda Evangelista”, diz Liliana sobre a modelo que personificou o momento “heroine chic”, com um visual mais pesado, em contraposição à forma saudável e esbelta dos anos 1990. Elas antecipam a imagem que o mercado pedirá a partir daquele momento e que se tornará referência de uma época.

8) Seja antenada
Vá além de quem são as maiores modelos ou estilistas do momento. Procure referências culturais abrangentes, estude e confie na sua personalidade. Marco Aurélio acredita ser extremamente importante se manter atualizada. “Ver o que está acontecendo no mundo, não só na moda, mas na arte e na política, e ter um comportamento contemporâneo também é importante. A menina tem de passar isso na sua beleza, nas suas atitudes e na sua atuação como modelo”, finaliza o especialista.