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Aprenda a lidar com palpites e pessoas invasivas durante a gravidez

Paciência e malícia são as armas da grávida para interromper as investidas dos mais inconvenientes - Thinkstock
Paciência e malícia são as armas da grávida para interromper as investidas dos mais inconvenientes Imagem: Thinkstock

Ivonete Lucirio

Do UOL em São Paulo

03/09/2012 07h20

Basta você revelar que está grávida para virar praticamente uma celebridade instantânea. Todo mundo quer tocar a sua barriga e tem um palpitezinho guardado no bolso pronto para ser dado sem ser solicitado. Só faltam os paparazzi e seus flashes. Evidentemente, não é por mal que as pessoas fazem isso.

Para a psicóloga Olga Tessari, autora do livro “Dirija sua vida sem medo” (Editora Letras Jurídicas), elas querem transmitir sua experiência e ensinar o que consideram correto. É como se dissessem ‘se determinada coisa que eu faço ou fiz foi boa para mim, você deveria fazê-la também’. No começo a sensação é até boa, mas acaba cansando. Então você precisa aprender a colocar certos limites para evitar essa invasão em tempo integral.
Os hormônios durante esse período ficam meio malucos, o que pode levá-la a dar respostas um tanto malcriadas. Mas tenha paciência. No geral, as pessoas nem se dão conta de que estão sendo inconvenientes.

Uma santa alterada
Assim, quando aquela mão se aproximar de sua barriga, respire fundo. “Penso que as grávidas deveriam ser mais tolerantes. Será que elas próprias já não fizeram isso uma vez na vida?”, questiona Tessari. A psicóloga argumenta que a mulher grávida é vista, mesmo que inconscientemente, como uma espécie de santa e, por isso, tocar a barriga dela seria como tocar em uma divindade.

Como responder  

“Sigo somente o que o meu obstetra manda”.
“Estou fazendo o pré-natal, está tudo certinho, não se preocupe”.
“Você é realmente muito experiente, espero ficar como você”.
“Gostaria de adquirir a experiência por mim mesma, seguindo as minhas crenças”.
“Minha mãe já me disse isso”.

Mas se você acha que está mais para “mulher à beira de um ataque de nervos” do que para santa, não precisa engolir em seco e dar um sorriso amarelo. A obstetra Bruna Salani, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, aconselha suas pacientes a explicar que sentem um pouco de aflição de ter a barriga tocada. Ligia Marques, consultora de etiqueta, sugere um “contra-ataque”, “coloque a mão no rosto da pessoa para que ela sinta o incômodo que esse tipo de aproximação invasiva traz. Aí, talvez, na próxima vez ela pense melhor antes de fazer isso”, diz.

Sobre a chuva de palpites, há várias formas de dar respostas polidas e, mesmo assim, fazer com que os outros entendam que as sugestões deles não são bem-vindas. Quer ver uma boa estratégia? Faça o pré-natal direitinho, seguindo a risca o que diz seu médico. “Assim, quando alguém chegar cheio de opinião, você pode dizer de forma educada que está seguindo o pré-natal e as ordens médicas”, diz Salani.

Há outras respostas possíveis como dizer que gostaria de adquirir a experiência da maternidade por si mesma, seguindo suas próprias crenças, experimentando e aprendendo com os erros que cometer. “E acrescentar que um dia quer se tornar alguém tão experiente como quem está opinando”, propõe Marques. E simplesmente ignorar. Para o obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, Carlos Czeresnia, a grávida deve valorizar seus instintos e as opiniões abalizadas dos médicos. 

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Mito ou verdade?
Veja os cinco clichês mais repetidos para as grávidas e saiba quais têm fundamento:

1- Vai mudar a lua, seu bebê vai nascer: não existe nada que comprove essa correlação. A analogia deve ter surgido porque um calendário usado para contagem da gestação é o lunar e cada semana corresponde a um ciclo de mudança de lua.

2- Sua barriga está baixa, o bebê vai nascer: isso é verdade em boa parte das vezes porque, na primeira gestação, pode acontecer a chamada “queda do ventre” cerca de duas semanas antes do parto, que tem a ver com a descida da cabecinha do bebê.

3- O bebê da amiga da prima da minha cunhada morreu um pouco antes do parto: isso, de fato, pode acontecer, mas raramente no caso de uma gravidez normal, sem fatores complicadores como hipertensão, diabetes ou problemas autoimunes. E, mesmo nesses casos, um bom acompanhamento reduz a possibilidade de intercorrências mais sérias.

4- Exercício físico acelera o parto: não há o menor risco de isso acontecer.

5- Não agache que o bebê pode nascer: a grávida pode baixar o quanto quiser -lembre-se das mulheres do campo que trabalham de cócoras.

Infográfico mostra exames que gestante deve fazer

  • Arte/UOL