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Redley dá lição fashion sem afetação a Fashion Rio hippie e repetitivo

Alexandre Schneider/UOL
Imagem: Alexandre Schneider/UOL

CAROLINA VASONE<br>Enviada especial ao Rio de Janeiro

11/01/2008 13h56

Se você é uma moça ou um moço entre 20 e 30 anos (ou até mais, dependendo da idade do seu espírito de moda) que gosta de saber o que acontece no mundo, tem personalidade, está interessado nas novidades do seu tempo, sem necessariamente impor tudo o que pensa escrevendo na testa (ou na roupa) "MODERNO" em letras maísculas, é a Redley que você vai vestir no próximo inverno.

Responsável pelo melhor desfile da temporada até agora (e talvez o melhor até este sábado, 12, quando termina o evento), a grife carioca mostrou como se faz uma coleção criativa, comercial, interpretando os desejos de moda do momento, em roupas que são fashion sem cair na afetação, têm desenho de moda sem perder a descontração característica da Redley e do estilo do Rio de Janeiro. "Este é um desfile que poderia estar em qualquer temporada do mundo", comentou a jornalista Lilian Pacce, apresentadora do GNT Fashion e editora de moda do "Estado de São Paulo", com a experiência de que, há anos, cobre in loco os desfiles de moda de Paris.

A moda brasileira que faz bonito em qualquer lugar - e que deixa fashionistas respirarem aliviados diante da esperança de alternativa ao estilo hippie e à repetição de tendências e peças de roupa vigentes no Fashion Rio - apostou na brincadeira entre a rigidez da modelagem das partes de cima, com o conforto geralmente vistos na parte de baixo. Para isso, criou coletes tanto femininos quanto masculinos (uma coleção se espelhava muito bem na outra) que, acolchoados, se impunham, mais duros, com zíperes esportivos e espécies de debruns (frisos) em off-white (branco sujo), fazendo o balanço com as calças mais folgadas. O preto e o quase branco (o off-white) apareceram no começo do desfile em looks muito modernos e elegantes, desde o tênis de cano alto até as jaquetas e paletós masculinos. O mesmo debrun do colete (talvez a peça mais importante da coleção, criado em várias versões) foi visto nestas jaquetas e paletós. Na verdade, era a parte de dentro das peças, vestidas do avesso, contou a estilista Renata Carvalho, responsável pela linha masculina, no camarim.

Para as mulheres, versões dos mesmos coletes acolchoados usados com shortinhos bem soltos, com inspiração dos uniformes esportivos. Além do esporte, o militar surgiu numa versão de camuflagem feita de estampa de penas de aves no final do desfile, e também nos abotoamentos das jaquetas e casacos, ao longo da apresentação. A jaquetas femininas aparecem mais curtinhas, também desenhadas com o debrun, alternadas nos looks pelos casacos maiores, com detalhes entre o utilitário e o feminino coquete, caso do casaco de meia manga azul noite, com preguinhas na barra e nas mangas, arrematadas por um laço.

A alfaitaria foi destaque tanto no masculino quanto no feminino, em detalhes como nos bolsos de algumas calças, ou em peças inteiras, caso dos coletes mais leves, tanto para os garotos quanto para as garotas. Na cartela de cores, sobriedade do preto e do off-white, do azul mais fechado (o "azul noite") intercalada com vibrantes turquezas e rosas no tom melancia. Nas padronagem e estamparia, xadrezes, listras, estampas de pena de ave e bromélias eram misturadas de maneira sofisticada e alegre no talentoso styling de Daniel Ueda.