Piada expõe ausência de mulheres na indústria do petróleo
Uma discussão sobre diversidade em uma importante conferência de petróleo nesta semana mostrou que o desequilíbrio de gênero na indústria não é motivo de riso.
Os participantes da conferência Rio Oil & Gas 2018 foram informados de que o setor está muito atrás de outras indústrias quando se trata de empregar mulheres. E a tentativa de um membro do governo de brincar com o assunto gerou reações opostas.
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"O que eu tenho a dizer para este público é: senhores, cuidem-se!", disse o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix, durante um debate na segunda-feira. "O auge da era dos homens está chegando ao fim em breve".
Houve alguns sorrisos na plateia, inclusive de Cristina Pinho, ex-executiva de peso da Petrobras que hoje atua como consultora. "Foi ótimo, aquilo foi um elogio", disse ela após o evento.
Mas, para outros na plateia, havia sinais claros de desconforto em relação aos comentários – palavras, ele disse mais tarde em uma entrevista curta, que pretendiam ser uma brincadeira.
O painel de discussão, composto por quatro mulheres e dois homens, destoou na programação dos quatro dias de evento, do qual homens participam em maioria esmagadora. Isso provavelmente reflete como os homens superam em muito as mulheres em toda a indústria do petróleo.
Globalmente, as mulheres representam 17% dos cargos de nível executivo no setor petrolífero, em comparação com 25% entre as 500 empresas de diferentes setores reunidas no índice (S&P 500), segundo estudo apresentado na sessão de segunda-feira, baseado em dados do Boston Consulting Group e do World Petroleum Council.
No meio da carreira, o petróleo emprega 25% de mulheres, contra 37% no S&P 500; para trabalhos de nível iniciante, são 27% contra 46%.
Solange Guedes, diretora da área de exploração e produção da Petrobras, anunciou na abertura da conferência que a empresa tem como meta aumentar a proporção de mulheres em cargos de gerência dos 18% atuais para 25% até 2025.
A vice-ministra da Petróleo e Energia da Noruega, Ingvil Smines Tybring-Gjedde, também palestrante, contou que costuma iniciar discursos em eventos com "senhores e senhores". É uma forma de promover a conscientização entre os homens sobre a desigualdade da indústria, disse.
"Não acho que seja má intenção, só acho que é difícil mudar o hábito", Gjedde disse à plateia. "Você não pode ser o que você não pode ver. Se você não consegue ver nenhuma mulher lá em cima, no nível gerencial, você não vê que pode ser ela também um dia."
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