Declaração de político britânico inflama debate sobre amamentação em público
Declarações do líder de um partido de direita na Grã-Bretanha inflamaram um debate no país sobre a amamentação em público.
Em um programa de rádio nesta sexta-feira, Nigel Farage, do partido Ukip, defendeu um hotel londrino que pediu que uma mãe se cobrisse com um pano enquanto amamentava seu bebê.
"(A amamentação em público) não me incomoda, mas sei de muitas pessoas que ficam desconfortáveis com isso, sobretudo as mais velhas", afirmou Farage. "É uma questão de bom senso. Não é muito difícil amamentar de forma que não seja muito ostentosa."
Sua fala ocorreu após a britânica Louise Burns ter reclamado, via Twitter, em 1º de dezembro, do fato de o elegante hotel Claridge's ter pedido que ela se cobrisse enquanto amamentava seu bebê de um mês de idade em uma área comum do hotel.
"O bebê precisava ser alimentado e o fiz de forma muito discreta. Sequer passou pela minha cabeça que eu seria questionada por isso", disse Burns à BBC.
"É triste que estejamos tendo essa conversa nos dias de hoje. Estamos falando de alimentar um bebê. É uma incoerência: há mais corpo à mostra em uma festa no sábado à noite do que em uma sala cheia de mães amamentando."
'Discrição'
O Claridge's, por sua vez, insistiu que apoia a amamentação, mas pediu que as mães sejam "discretas" em respeito aos demais presentes.
Farage defendeu o direito de o estabelecimento criar suas próprias regras quanto à amamentação, incluindo pedir que algumas mulheres "sentem em um canto".
Mais tarde, ele acusou a imprensa de interpretar suas declarações de forma errada e disse que não tem nenhum problema com mulheres amamentando "onde quiserem". Mas manteve o argumento de que cabe aos estabelecimentos criar suas próprias regras a respeito.
"Mulheres nunca deveriam ser incomodadas por pessoas pedindo que elas parem (de amamentar), e a maioria das mães reconhecem que têm de ser discretas em certas limitadas circunstâncias. É apenas uma questão de bons modos."
O político foi criticado pelo gabinete do premiê David Cameron - ao qual faz oposição -, que disse que "amamentação é algo completamente natural, e é totalmente inaceitável que qualquer mulher seja forçada a se sentir desconfortável por amamentar em público".
A lei Equality Act, de 2010, proíbe que estabelecimentos discriminem mães que amamentam.
"É impressionante que algumas pessoas tenham problemas em ver mães dando de mamar", declarou a executiva-chefe do site de maternidade Mumsnet, Justine Roberts.
"É um processo humano natural, essencial, e os que têm problemas com isso têm de supera-los - bebês precisam ser alimentados quando estão com fome e não há nada de ostentoso em uma mãe que responde a essa necessidade", opinou.
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