Autoridade iraniana proíbe presença de mulheres nos estádios do país
O Procurador-Geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, afirmou nesta quarta-feira que não permitirá que seja dada novamente uma autorização excepcional para que mulheres possam ir ao estádio assistir a um jogo de futebol masculino, algo que "leva ao pecado", segundo a agência de notícia iraniana Mehr.
"Não concordo com a presença destas mulheres ontem no estádio Azadi. Somos um Estado Islâmico, somos muçulmanos", declarou o Procurador-Geral, citado pela agência Mehr.
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Na terça-feira à noite, uma centena de mulheres iranianas puderem assistir excepcionalmente no estadio Azadi, em Teerã, ao amistoso entre a seleção de seu país e a Bolívia, após receberem uma autorização dos autoridades. O Irã venceu o jogo por 2 a 1.
"Que uma mulher vá ao estádio e encontre homens quase pelados com roupas de esporte, isso leva ao pecado", justificou Montazeri.
Desde a vitória da revolução islâmica em 1979, as mulheres estão proibidas de comparecer a estádios para assistir a jogos de futebol masculinos, oficialmente para protegê-las das grosserias dos homens.
Esta medida é muito contestada no próprio meio do sistema político iraniano.
O presidente do Irã, Hassan Rohani, considerado moderado, já afirmou diversas vezes publicamente que quer ver mulheres nos estádios, mas essa mudança na lei esbarra na oposição ultraconservadora do governo.
Em 26 de junho, milhares de mulheres, acompanhadas de familiares, foram autorizadas a entrar no estádio Azadi para assistir à transmissão em telão da partida entre Irã e Portugal, válida pela Copa do Mundo da Rússia.
Em setembro de 2017, um pequeno número de mulheres eleitas no Parlamento receberam a autorização para assistir ao jogo das eliminatórias para a Copa da Rússia entre Irã e Síria.
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