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Alta-costura traz, em 1º dia de desfiles, anos 30 e 60 e super-heroínas

02/07/2007 14h58

PARIS, 2 jul 2007 (AFP) - O francês Christophe Josse ressuscitou os vestidos sensuais dos anos 30, enquanto o português Felipe Oliveira Baptista colocou em cena silhuetas assimétricas e coloridas, no primeiro dia dos desfiles de alta-costura para a próxima coleção outono-inverno.

Já Stéphane Rolland, antigo estilista de Jean Louis Scherrer, apresentou sua primeira coleção para sua própria grife.

Christophe Josse colocou nas passarelas mulheres sensuais em vestidos bordados com flores de tricô, vestidos com corpetes em veludo, longos em renda Chantilly e cascatas de tule ou drapeados degradês. Com tecidos sempre finos, os vestidos podem ir até o joelho, com fendas na perna, ou até o chão.

O estilista francês, que disse ter se inspirado pela Londres dos anos 70, assina também calças evasês (em cones) ou tailleurs-calças (terninhos femininos com calças).

A coleção abusa de materiais como tweed, seda, veludo, cetim, musseline em tonalidades geralmente foscas e suaves.

As cores aparecem em contrapartida na coleção do português Felipe Oliveira Baptista, que quis fazer algo "muito leve e alegre", uma coleção "muito fresca, na idéia um pouco de fantasia", explicou à AFP na saída de desfile. Para acentuar o aspecto de fantasia, as modelos usaram máscaras.

Como nas coleções passadas, ele trabalhou os volumes para roupas muito estruturadas, com mangas longas e ombros rígidos. Voltaram também as calças justas, caídas sobre saltos bem altos. Elas vêem acompanhadas de camisetas cinzas sobre vestidos curtos.

Mas em vez do grafismo preto e branco, Felipe Oliveira Baptista preferiu desta vez as cores, geralmente vivas como verde, amarelo, azul e vermelho, formando grandes figuras geométricas em vestidos curtos e colados ao corpo. Franjas enfeitam capas, meias e blusões, feitas principalmente em seda, algodão e couro.

"Eu me concentro sempre muito na forma e no lado arquitetônico da roupa", declarou o estilista. Ele destacou que o fato de jogar com a cor ajudou a "construir novos volumes".

Por sua vez, Stéphane Rolland mostrou a primeira coleção de sua grife no mesmo lugar em que, disse, estreou e "descobriu o universo da moda", na maison Balenciaga.

O estilista, que acaba de deixar a maison Scherrer após dez anos de colaboração, apresentou uma coleção rica em tailleurs-calças, smokings, drapeados sobre vestidos longos ou curtos.

Uma camada de pétalas de plástico preta enfeita a gola de um rigoroso tailleur-calça em preto, um vestido curto preto lembra um casaco de smoking alongado, as mangas de um casado se desenrolam e vão até o chão. O veludo marfim acompanha drapeados em musseline bege, e um vestido longo joga com uma calça preta.

"São minhas bases, todos os meus tailleurs-calças masculino-feminino, meus smokings, tudo da minha história com a sensualidade através das matérias, dos drapeados, dos rodados, de minhas pesquisas de volumes, com as costas trabalhadas, mas de uma maneira mais leve, muito mais simples também, que encontramos aqui", declarou Stéphane Rolland à AFP pouco antes do desfile.