6 itens de cozinha que prejudicam a saúde se não forem usados corretamente
Nossa cozinha, por mais limpinha que possa parecer, guarda organismos vivos, como fungos e bactérias, que podem fazer muito mal à saúde. E esses seres não estão somente no chão ou numa geladeira mais higienizada. Eles moram também em muitos dos utensílios que usamos para cozinhar e limpar.
A esponja de lavar louça, por exemplo, se não estiver bem limpa pode contaminar copos, pratos e talheres e provocar diarreia, febre, micose e até problemas de pulmão.
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Esponja de lavar louça
Segundo uma pesquisa realizada em 2017 pela faculdade UniMetrocamp, de Campinas, no interior de São Paulo, em 15 dias de uso e sem higienização adequada, esse item de cozinha pode ajuntar até 680 milhões de fungos e bactérias.
"Encontramos principalmente a Escherichia coli, que pode causar problemas como diarreia, febres. Fungos podem ocasionar problemas de pele, que vão desde uma micose ou até mesmo problemas no pulmão", informa Rosana Siqueira, pesquisadora e professora de microbiologia.
Lavar a esponja não elimina a ameaça, pois detergente é feito para remover gorduras.
Segundo a pesquisa, há métodos mais eficazes, mas que devem ser realizados pelo menos uma vez ao dia e a partir do primeiro dia de uso da esponja até o último. Um deles consiste em levar para o micro-ondas a esponja mergulhada em um recipiente com água e aquecê-la em potência máxima por dois minutos.
A segunda tática é deixar a esponja imersa por dez minutos em uma solução na proporção de duas colheres de água sanitária para 1 litro de água. Depois, guarde-a em lugar seco.
Porém, independentemente do método escolhido, a esponja não deve ser utilizada por mais do que uma semana, adverte o biomédico Roberto Figueiredo, também conhecido por Dr. Bactéria, que também sugere: "Atualmente, existem esponjas com metais, íons de prata, cuja ação é matar bactérias 24 horas por dia. Daí não é preciso fazer nenhum procedimento, só guardar a esponja limpa em local seco. Mas essa esponja também dura apenas uma semana". -
Cesto de lixo
O correto é deixá-lo no chão da cozinha e não sobre a pia, pois o acúmulo de matéria orgânica, além de concentrar germes, atrai moscas, formigas, baratas e até ratos. Além disso, sobras estragadas podem contaminar a pia e outros alimentos que estão sendo preparados.
Enquanto estiver cozinhando, para evitar o contato das mãos com a lixeira, também é preferível que ela tenha pedal para acionar o abre-fecha da tampa.
"Dentro desse recipiente coloque um saco plástico, que deve ser retirado todo dia, mesmo que esteja com pequena quantidade de lixo. Lembre-se também de lavar e desinfetar a lixeira, pelo menos uma vez ao dia", comenta Dr. Bactéria.
Para evitar o mau cheiro, adicione na lixeira vazia e também no saco plástico antes de ser usado uma colher de bicabornato de sódio. -
Tábua de corte
Tanto as de madeira como as de plástico podem ser nocivas para a saúde. "Os cortes que os materiais sofrem facilitam a aderência de restos de alimentos, além de proporcionarem um ambiente perfeito para a proliferação de bactérias", diz João Pedro Lucio, coordenador técnico da Maria Brasileira, rede especializada em prestação de serviços domésticos.
Segundo João, a limpeza correta dessas tábuas deve ser feita com água corrente e sabão neutro e depois imersão no vinagre de álcool por cinco minutos. Após esse período, deixe a tábua escorrer ou seque-a com um papel toalha e guarde-a em um ambiente arejado. Troque-as quando estiverem manchadas, escuras ou muito riscadas.
Versões de vidro são mais higiênicas, pois podem ser lavadas apenas com água e detergente, possuem grande durabilidade e não riscam. Porém, devido ao atrito, tiram o corte das facas.
Para evitar a contaminação cruzada, isto é, quando microrganismos passam de um alimento para outro, utilize tábuas individuais para verduras, carnes e legumes. -
Pano de prato
Acumula resíduos de comida, de pele morta e ainda fungos. Portanto, para não contaminar outras superfícies, nunca deixe o pano de prato secar sobre fogão, pia e muito menos sobre louça lavada. "Esse pano úmido, após o uso, chegar a ter 1 milhão de bactérias a mais do que a tampa de um vaso sanitário", afirma o biomédico Roberto Figueiredo.
De acordo com o especialista, após usar o pano de prato, troque-o por outro limpo. Pessoas que costumam secar as mãos no pano, precisam manter dois: uma para si e outro para a louça.
O pano usado também não deve ser colocado diretamente dentro da máquina de lavar, para não contaminar o seu interior e as roupas que forem lavadas com ele. "O correto é mergulhá-lo primeiro dentro de uma solução desinfetante. Se o tecido for todo branco, coloque duas colheres de sopa de água sanitária por litro de água e deixe agir por dez minutos. No caso dos panos coloridos, utilize desinfetantes domésticos, sem odor. Em geral, utiliza-se meio copo de produto por litro de água. Deixe agir por dez minutos. Depois, em ambos os casos, é só enxaguar o pano com água corrente e colocá-lo na máquina de lavar roupa. Por fim, estenda-o para secar ao sol e passe-o com ferro bem quente; isso ajuda na desinfecção", explica Dr. Bactéria.
Mesmo assim, deixar a louça secar naturalmente ainda é mais higiênico. -
Panela antiaderente
São revestidas de um material químico chamado politetrafluoretileno para evitar que os alimentos grudem nelas. A questão é que essa cobertura especial, quando exposta ao fogo muito alto, acima de 230 graus Celsius, pode se desprender e liberar substâncias tóxicas à saúde.
"O cuidado faz toda a diferença nesse caso. Se para limpar, a pessoa usar apenas a parte amarela da esponja, por exemplo, o revestimento será preservado por mais tempo. Ao cozinhar, deve-se optar por colheres de silicone, que não riscam", comenta João.
O profissional ainda indica as panelas feitas de aço cirúrgico, cerâmica e porcelana. "São modelos que não passam nenhum tipo de substância para a refeição. Além disso, conservam o calor, são fáceis de limpar e antiaderentes". -
Pote de plástico
A maneira como usar esses potes também merece atenção. "Primeiro, observe se são próprios para cozinha, pois existem tipos que não são e liberam toxinas quando entram em contato com alimentos e bebidas, prejudicando à saúde", alerta o Dr. Bactéria.
Para se precaver, o biomédico aconselha olhar debaixo dos potes e procurar por símbolos impressos ou em alto relevo: "Dentro de um pequeno triângulo, que remete à reciclagem, não pode haver os números 3 nem 7, pois indicam que o plástico não é apropriado para guardar alimentos. Na falta dessa informação, verifique se há desenhos de talheres. Se não encontrar nada, não utilize".
Quanto à limpeza, após lavar com água e sabão, mergulhe os potes em uma solução de duas a três colheres de água sanitária para um litro de água. Deixe agir e enxágue com água corrente. Evite usar o lado verde da esponja de lavar louça e produtos abrasivos para não arranhar o material. "É preciso se atentar à qualidade do produto e ao prazo de validade do mesmo. Um pote de plástico que foi lavado inúmeras vezes acaba ficando com rasuras causadas pela esponja, o que contribui para o armazenamento de resíduos", adverte João.
Os potes de vidro são os mais indicados para armazenar comida. São fáceis de higienizar, não reagem ao contato com o alimento e podem ser refrigerados.
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