Desconta problemas emocionais na comida? Saiba como lidar com esse problema

Para quem não resiste e devora o prato cheio de sua comida favorita é difícil entender como alguém consegue parar ao primeiro sinal de saciedade. Comer só quando estiver com fome, sem extrapolar nas quantidades, é uma receita importante para não engordar.

Mas como fazer quando a comida domina sua vida?

Médicos concordam que a má relação com a comida é uma das causas da obesidade. O excesso de dietas pode ser resultado de não se trabalhar os comportamentos. Dar muita importância para a magreza, muitas vezes, gera um comportamento obsessivo com a comida.

O estresse, a baixa autoestima, a depressão, a perda de interesse e prazer em situações cotidianas e a ansiedade são manifestações psicológicas desencadeadoras da obesidade.

O fato é que a quantidade de comida tem que ser igual ou menor ao que a pessoa gasta. Se for maior, é suficiente para ganhar peso. Independente de quanto você come.

Apesar dos cuidados, especialistas ensinam que também é importante encarar a alimentação como algo natural, prazeroso e saudável, em vez de encará-la como uma solução para problemas, principalmente emocionais.

A psicanalista inglesa Susie Orbach aconselha, em seu livro "Sobre a comida: reaprenda a comer e mude sua vida", a descobrir por que você come quando não está com fome. Esta é uma das chaves para ter o peso adequado.

Ela também indica só comer quando estiver com fome, comer o alimento pelo qual seu corpo sente fome (sem restrições que só acabam aumentando a vontade de comer), saborear cada bocado e sentir seu gosto, e parar de comer no instante que identificar que seu organismo já está saciado.

Desordem no organismo

O impulso de comer leva a pessoa a comer do jeito que engorda, assim, ela não forma saliva e secreções digestivas suficientes. Todo o aparelho digestivo passa a funcionar incorretamente.

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Estudos comprovam que alimentos calóricos têm um poder muito forte no cérebro, similar ao das drogas, o que favorece o vício e um comportamento obsessivo. Uma pessoa que bombardeia seu corpo durante muito tempo com comidas calóricas gera um condicionamento dos neurotransmissores. Assim, perde a noção do que é a fome.

Se a pessoa comer pela fome biológica, controlada pelo hipotálamo, ela tende a ficar mais magra. O problema é quando o sistema límbico entra em ação na formação das emoções, desde cedo atreladas à alimentação.

As emoções devem ser trabalhadas como emoções e não descontadas na alimentação, que tem outra função biológica.

Outro problema é um ciclo: quando uma pessoa come para se acalmar ou porque está triste e acaba engordando, e aí come mais ainda porque sua autoimagem é prejudicada, o que diminui a autoestima. O primeiro passo para sair disso é pensar na função da comida em sua vida. Ela está suprindo a fome ou algum outro problema?

As principais lições a se tirar são identificar quando se está saciado, para parar de comer, e saber quando estava comendo por hábito e não por fome.

Fontes: Sidney Chioro, neuropsiquiatra; Maximo Ravenna, psiquiatra; Luciana Ferreira Ângelo, doutora em psicologia do esporte pela USP; Adriano Segal, coordenador do Grupo de Cirurgia Bariátrica do Instituto de Psiquiatria Do HC-FMUSP

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*Com informações de matéria de setembro de 2010

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